Ministérios entram em cena na disputa

As disputas entre os ministérios do governo Lula acabam de repercutir na briga entre o Andes e o Proifes, entidades que reivindicam o direito de representar professores universitários de escolas públicas. No dia 5, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, publicou, no Diário Oficial da União, uma decisão restabelecendo o registro sindical do Andes.

O registro havia sido suspenso pelo ministério, em 2003, numa decisão tomada sob pressão dos sindicatos de docentes de escolas privadas. A suspensão era contestada na Justiça desde então e aguardava-se para esses dias uma decisão judicial.

Foi aí que Lupi entrou em cena e restabeleceu o registro do Andes como entidade representativa de docentes de instituições públicas.

Foi uma traulitada nas iniciativas dos Ministérios da Educação e do Planejamento, que veem no Proifes o interlocutor preferencial quando se trata de escolas federais.

Qual a razão disso? Fala-se nos bastidores que teria sido obra da Força Sindical, central ligada ao PDT, partido que tem como presidente de honra o ministro Lupi. Não teria parecido conveniente à Força deixar o caminho livre para o avanço da CUT entre os servidores públicos.

A disputa continua. O Andes ainda contesta na Justiça do Trabalho a suspensão de seu registro em 2003 e pretende ir com o caso até o Supremo Tribunal Federal. E o Proifes vai contestar judicialmente a retificação do registro.

HISTÓRIA

Em 1981, no regime militar, quando funcionários públicos não podiam se organizar em sindicatos, os professores de ensino superior criaram a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes). Em 1988, com a mudança nas leis do País, a associação virou sindicato, mas manteve o nome.

A intenção era representantes todos os docentes universitários. Mas a entidade acabou ficando com os das escolas públicas. Agora o Proifes briga pela fatia das escolas federais.

O Andes já andou de mãos dados com o PT e a CUT. Hoje é antipetista, anticutista e antigovernista.