Um levantamento feito pelo Ministério da Educação, a partir de oficiais da Diretoria dos Hospitais Universitários, aponta déficit de 5 mil funcionários e desativação de 10% dos leitos disponíveis nos 46 hospitais universitários (HUs) do país. O período analisado vai de maio de 2008 ao mesmo mês de 2009.
O MEC deve apresentar no mês que vem uma proposta para reestruturar os hospitais universitários nos moldes do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que ampliou o acesso e o número de vagas no ensino superior.
Em Santa Catarina, a Justiça Federal fará dia 16 de julho uma inspeção judicial para verificar a situação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do HU da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A inspeção será comandada juiz Hildo Nicolau Peron, da 2ª Vara Federal da Capital, responsável por uma ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF).
Na ação foi concedida liminar determinando a contratação de profissionais para suprir a capacidade de atendimento do hospital. Na mesma ação também é solicitada a contratação de mais 104 profissionais para 10 leitos de UTI.
MEC é responsável pela folha de pagamento
Para o diretor-geral do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alexandre Pinto Cardoso, os principais problemas dos HUs atualmente estão na carência de contratação e no custeio das atividades. Para ele, o Ministério da Saúde deveria contribuir com mais recursos para a compra de equipamentos e outros investimentos na melhoria da infraestrutura hospitalar.
O MEC é responsável pela folha de pagamento dos funcionários públicos concursados. Todas as outras despesas são custeadas pelo próprio hospital, com o que recebe pela prestação de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS) e outros recursos próprios.
O levantamento do MEC mostra que, em um ano, os HUs realizaram 1 milhão de atendimentos de emergência, 402 mil internações, 6 milhões de consultas, 20 milhões de procedimentos médicos e 10,7% do total de transplantes. Quase 40% dos profissionais que trabalham nesses hospitais têm vínculos precários, recebendo por fundações ou cooperativas.