A União Nacional do Estudantes (UNE) lança no dia 13 de outubro uma campanha para reivindicar a aplicação de 50% dos recursos do Fundo Social, financiado com lucros da exploração do pré-sal, em educação. Segundo o presidente da UNE, Augusto Chagas, o objetivo é aumentar os investimentos na área.
“Existem mais de 14 milhões de analfabetos [no país], a média de escolarização da nossa população é de sete anos, os profissionais de educação são mal remunerados e a infraestrutura das escolas é muita precária.”
Para Chagas, a educação no Brasil funciona como um “funil”, ou seja, apenas 13% dos jovens conseguem chegar ao ensino superior. “Não há política mais efetiva para construir justiça social do que a educação. Por isso estamos lançando a campanha, porque queremos que [a destinação de 50% dos recursos do Fundo Social para a educação] seja regulamentada em lei, para que esse recurso seja colocado numa nova agenda educacional para o país”, afirmou.
Em Brasília, a UNE pretende fazer uma blitz no Congresso Nacional para apresentar a proposta aos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PT-SP), aos deputados que integram as quatro comissões especiais criadas para analisar os projetos do pré-sal e a outros parlamentares. Também está programada uma passeata com estudantes de todo o Distrito Federal.
“A partir dessa agenda de lançamento, pretendemos realizar nos estados, nas principais universidades, debates com intelectuais, artistas que possam se contagiar com essa pauta pública positiva de interesse da sociedade. Então, nós estamos muito otimistas com a possibilidade dessa conquista.”
Na avaliação do presidente da UNE, o debate sobre o pré-sal precisa ser feito com toda a sociedade. “Achamos que é uma questão de interesse público, do conjunto da população, e um debate fundamental na nossa opinião é a que toda essa riqueza do pré-sal está a serviço: colocar o Brasil para se desenvolver, se vai construir uma agenda de desenvolvimento econômica e também social de distribuição de renda”, disse.
Para Chagas, é importante que a fase do pré-sal não seja mais um ciclo econômico no país, que fica registrado nos livros de história, mas não se traduz “em uma sociedade desenvolvida e justa”.