A sobrevivência das empresas de inovação no Brasil depende sobretudo dos financiamentos a baixo custo oferecidos pelos agentes vinculados ao governo. Apesar de a crise financeira internacional haver comprometido parcialmente a arrecadação fiscal, as duas maiores agências de fomento tiveram preservados seus orçamentos.
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, deve encerrar o ano com liberação de recursos pouco superior a R$ 2,5 bilhões. No ano passado, os recursos executados somaram esse valor, informa o superintendente financeiro da Finep, Luiz Antonio Coelho Lopes. “A expectativa inicial era de obter um orçamento mais próximo de R$ 3 bilhões. O valor final não afetou o que já estava contratado, mas nos impediu de lançar um número maior de editais”, afirma Lopes.
Em 2009, a Finep lançou um edital para financiamento de projetos, com recurso total de R$ 450 milhões. Ao todo, foram qualificadas 199 propostas de pesquisa. No ano passado, a chamada pública também previu a oferta de R$ 450 milhões em recursos e 245 projetos foram aprovados. O orçamento para o próximo ano não foi definido, mas há expectativa de que o valor flutue novamente entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) foi favorecida pela arrecadação fiscal paulista, superior à média nacional. A instituição, vinculada à Secretaria de Ensino Superior do Estado de São Paulo, deve encerrar o ano com o desembolso de R$ 755,7 milhões, ante R$ 637,9 milhões no ano passado. “O orçamento ficou dentro das expectativas, mas houve aumento da busca de financiamento pelas empresas”, observa Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp.