Os primeiros resultados da Operação Kollektor (colecionador, em alemão, segundo a PF), ação em conjunto da Polícia e da Receita Federal que cumpre 23 mandados de busca e apreensão contra um suposto esquema de fraude na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), começam a aparecer.
Um dos grupos da PF saiu da casa do ex-reitor da instituição, Ruben Eugen Becker, nesta manhã, com malotes que teriam, extraoficialmente, dinheiro, documentos e jóias. As equipes continuam vasculhando os apartamentos de Becker e da filha do ex-reitor, no centro de Canoas.
Uma pessoa que deixou o apartamento e que não quis se identificar alegou que o pastor Becker não está passando bem.
A Polícia Federal, com o auxílio da Receita Federal, investigou durante cerca de oito meses esquema de desvio de dinheiro da Ulbra mediante a utilização de empresas fantasmas, ou inexistentes, criadas com a finalidade exclusiva de saquear a instituição.
Segundo a PF, estas empresas receberam valores por serviços que não foram efetivamente prestados à Ulbra. Levantamentos efetuados até o momento apontam valores superiores a R$ 63 milhões desviados da Universidade. O dinheiro era distribuído entre os integrantes do grupo criminoso.
Além dos crimes referentes aos desvios de dinheiro da ULBRA, a Operação Policial investigou lavagem de dinheiro, ocultação de bens e valores, peculato, desvios de verbas do programa de financiamento universitário do Governo Federal (Prouni), fraude à execução, crimes tributários e previdenciários, formação de quadrilha, entre outros.
A Operação Kollektor mobilizou 127 Policiais Federais e 23 Servidores da Receita Federal do Brasil nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Ivoti, Gramado, e nos Balneários de Tramandaí e Imbé.