Fato causou indignação nos candidatos

As questões copiadas de provas anteriores no concurso da Assembleia Legislativa de Santa Catarina provocaram a indignação de muitos concorrentes que realizaram o exame no último domingo.

Em um fórum na internet dedicado unicamente para discussão de concursos, muitos candidatos se manifestaram a favor da anulação da prova. Em Florianópolis, durante as aulas de um cursinho preparatório, um professor de jornalismo resolveu em sala algumas das questões que foram repetidas no exame.

A jornalista Cristina de Marco, que fez o curso direcionado para o concurso da Assembleia, diz que ficou chocada quando percebeu a repetição de perguntas.

– A gente não sabe mais em quem confiar. São tantos problemas acontecendo com tantas provas, que já nem sei se vale a pena fazer concursos – afirma Cristina.

O professor que resolveu as questões em sala durante as aulas do cursinho preparatório foi procurado pela reportagem para falar sobre o assunto, mas não foi encontrado.

No caso de outra candidata que fez a prova de jornalismo, que prefere não se identificar com medo de ficar “marcada” caso seja aprovada, a descoberta das questões copiadas só ocorreu depois da prova.

– Cheguei a minha casa com dúvidas sobre um pergunta e fui procurar na internet. Quando abri uma das páginas encontradas pelo Google, não só estava aquela questão que eu tinha dúvida, como muitas outras iguais – conta.

A candidata, que fez cinco meses de cursinho e estudava oito horas por dia, consultou um advogado e ainda não sabe de que forma vai entrar com recurso.

– Foi muita sacanagem, muita falta de respeito – lamenta ela.

Seis meses de cursinho para se preparar para a prova

Outra concorrente que se sentiu prejudicada foi a estudante da faculdade de Mídia Eletrônica, Kamila Bittencourt de Liz, que tentava a vaga para operador de TV.

– Dificilmente alguém consegue gabaritar a parte específica da prova, mas quem teve acesso às questões poderia ter acertado tudo – reclama.

Kamila fez um cursinho de seis meses no início do ano para a prova da Assembelia, ela estava estudando há dois meses, cerca de três horas por dia.

–Até o final da tarde de domingo eu pensei que tinha ido bem, acertei 42 das 50 perguntas. Mas depois disso já não sei mais – disse.