O Ministério da Educação (MEC) vai solicitar ao Banco Mundial um empréstimo de US$ 420 milhões para serem investidos na revitalização dos hospitais universitários federais. Junto com reitores das universidades federais, o MEC elaborou um plano para reestruturar a rede de 46 hospitais que hoje têm 10% dos seus leitos desativados e precisam contratar 5 mil profissionais em caráter emergencial.
O pedido de empréstimo foi autorizado e aprovado pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), do Ministério do Planejamento.
Segundo o diretor de hospitais universitários da Secretaria de Ensino Superior do MEC, José Rubens Rebelatto, a expectativa é de que parte do dinheiro já seja liberada em 2010 e que os recursos sejam empregados até 2011:
– Conseguir a liberação de um financiamento do Bird não é uma coisa simples. Você tem que mostrar desde a capacidade no gerenciamento de compras e obras, até o impacto ambiental dos projetos. Mas temos uma equipe gerencial trabalhando nisso e já tivemos hoje uma reunião com pessoas do banco.
Em maio, os reitores das universidades federais se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir socorro financeiro aos hospitais universitários. As dívidas das 46 unidades somaram em 2008 R$ 235 milhões.
De acordo o diretor, a verba será aplicada principalmente na reforma dos hospitais que sofreram uma grande degradação física nos últimos 15 anos e na compra de novos equipamentos. Rebelatto defende ainda que os hospitais universitários são estratégicos para o país:
– Em alguns estados, o único hospital que funciona 100% pelo SUS [Sistema Único de Saúde] e atende as grandes demandas é o universitário. Além disso, são eles que formam os futuros médicos, dentistas, enfermeiros.
Segundo levantamento realizado pela Secretaria de Ensino Superior em parceria com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em 2008 os hospitais universitários realizaram 1 milhão de atendimentos emergenciais, 402 mil internações, 6 milhões de consultas e 20 milhões de procedimentos médicos.
O projeto aprovado pelo Cofiex que será enviado ao Banco Mundial prevê uma contrapartida do MEC de mais de US$ 3 bilhões. Segundo Rebelatto, esse não é um “dinheiro novo”. Os recursos já tinham previsão orçamentária e serão investidos pelo MEC nos hospitais ao longo dos anos.