Os professores da UnB encerraram a greve que já durava dois meses. Em assembleia realizada nessa segunda-feira, 10 de maio, mais de 500 professores participaram da votação. O placar final foi apertadíssimo: 268 votos pelo fim da paralisação, 261 a favor da continuidade e seis abstenções. A votação foi feita em urnas. Docentes formaram uma fila do lado de fora do Anfiteatro 9 para se inscreverem.
A decana de Ensino de Graduação, Márcia Abrahão, orienta os estudantes a procurarem seus locais de aula a partir de amanhã, terça-feira. “Estou surpresa que a assembleia não tenha definido uma data para recomeçar as aulas, mas se a greve acabou, o calendário acadêmico será retomado a partir de amanhã”, afirmou. “As aulas começam imediatamente”, confirmou o reitor José Geraldo de Sousa Junior.
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), se reúne na quinta-feira para definir um novo calendário acadêmico para 2010, com as datas para terminar o semestre.
Na terça-feira, são os funcionários técnico-administrativos que discutem sobre a paralisação de sua categoria. O encontro será às 9h, na Praça Chico Mendes. Os estudantes também fazem assembleia na terça, às 12h no Ceubinho.
Mobilização
O presidente da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), Flávio Botelho, diz que, apesar do fim da greve, o movimento não acabou. “Ainda temos uma campanha de mídia para fazer em defesa dos salários e a negociação com o governo federal”.
Os sindicatos de professores e funcionários se reúnem hoje às 17h, na sede da ADUnB, para debater como fica a mobilização a partir de agora.
Antes da votação, a assembleia promoveu um breve debate com três pessoas favoráveis à paralisação e outras três contra. O professor Antônio Sebben, do Departamento de Ciências Fisiológicas, afirmou que o momento é dos três segmentos darem os braços em defesa da universidade. Dioney Moreira Gomes, professor do Departamento Lingüística, Português e Línguas Clássicas, defendeu a continuação da greve por, pelo menos, mais uma semana. Até que os servidores tenham clareza sobre suas posições.
Carlos Alberto Torres, do Departamento de Administração , afirmou que continuar a paralisação não traz certeza de vitória. O professor do Departamento de Engenharia Mecânica, Paulo Celso dos Reis Gomes, disse que a responsabilidade do corte nos salários não é dos docentes que querem sair da greve.