Servidores da Universidade de Brasília tentaram atrapalhar as aulas na manhã dessa segunda-feira. Bloquearam as entradas das extremidades do ICC e do Pavilhão João Calmon e, com carros de som, chamavam professores e estudantes a participar da greve também. Eles prometem continuar com a manifestação durante toda amanhã e, na terça-feira, dia 18 de maio, trazer mais carros de som para estar presentes em mais lugares. Apesar do barulho e do inconveniente, as aulas aconteceram.
Porém, professores e estudantes se mostraram incomodados. A aluna do 2º semestre de Agronomia Bruna de Lima tinha aula no anfiteatro 16 e reclamou do fechamento da entrada do ICC. “A gente entende que eles estão buscando os seus interesses, mas trancar a entrada atrapalha muito. Principalmente quem chega atrasado que ainda precisa dar a volta para chegar à aula”, lamenta. Alguns alunos chegaram a pular a grade para não ter que dar a volta.
O barulho dos carros de som também causou incômodo. O professor do Instituto de Ciência Política Carlos Henrique Cardin, que ministra a disciplina Pensamento Político Brasileiro, dispensou os alunos que teriam aula no Pavilhão Anísio Teixeira na manhã dessa segunda. “A universidade vive uma situação complexa e é preciso que haja negociação entre os três segmentos para haver condições de dar aula”, justifica.
Mesmo assim, a maioria dos professores permaneceu em sala. Foi o caso do professor de Teorias de Comunicação, Luiz Martino. Duas alunas saíram da sala e tentaram conversar com os servidores para abaixar o volume do som, mas não tiveram sucesso. “O professor insiste em dar aula e não conseguimos nem prestar atenção. Os servidores dizem que foram traídos pelos professores, mas nós nos sentimos traídos por todos”, contesta a Nicole Brandão, estudante do 2º semestre de Comunicação Social.
O carro de som que estava na entrada do ICC Sul no começo da manhã percorreu o campus Darcy Ribeiro, convocando os alunos a participarem da greve e não assistirem às aulas. “Venha para luta, porque essa luta é de todos. Vamos mostrar que essa universidade não funciona só com um dos segmentos”, falou ao microfone o coordenador de administração do Sintfub, Mauro Mendes. Os manifestantes passaram em frente à FA, FE, FT, ICC e da Reitoria.
Os servidores prometem manter as manifestações nessa terça-feira. “Queremos inviabilizar as aulas. Na reunião do Comando de Greve na tarde dessa segunda-feira, vamos propor trazer mais carros de som”, conta o coordenador geral do Sintfub, Antônio Guedes.
Na terça-feira, servidores e estudantes têm assembleias marcadas. Às 9h serão os servidores na Praça Chico Mendes. Ao meio dia é a vez dos estudantes, na entrada norte do Ceubinho.