O Brasil bateu recorde de geração de empregos com carteira assinada no primeiro quadrimestre de 2010. No período, as contratações superaram em 962,32 mil o número de demitidos. O País também teve o melhor resultado para meses de abril, quando 305,06 mil novas vagas foram abertas.
Com o mercado de trabalho aquecido, o ministro Carlos Lupi elevou a previsão de geração líquida de empregos formais este ano de 2 milhões para 2,5 milhões. Para maio, Lupi previu que a criação de empregos será de 240 mil a 280 mil a mais que as demissões. Segundo ele, os meses de maio, normalmente, apresentam resultados inferiores a abril. Além disso, haverá uma acomodação nas contratações.
Para o ministro, no primeiro quadrimestre deste ano a geração de emprego foi forte porque, além do crescimento que já haveria este ano, houve recuperação das vagas fechadas em 2009 por causa dos efeitos da crise. “Penso que houve muita contenção no ano passado e isso está fazendo com que, além do crescimento natural que o Brasil tinha, está começando a haver reposição.”
Além de obter o melhor abril da história, a abertura de novas vagas no mês passado é a segunda maior da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), iniciada em 1992. O recorde mensal é de junho de 2008, quando a geração líquida de empregos com carteira assinada foi 309,44 mil.
Setores. O número de contratações em abril foi de 1,66 milhão, enquanto as demissões somaram 1,355 milhão. Ambos são os maiores resultados do período. Os setores que mais contribuíram para o recorde de abril foram serviços (96,58 mil novas vagas) e indústria de transformação (83,05 mil).
No entanto, comércio e construção civil foram os setores que bateram recordes de geração líquida de emprego no mês. Segundo o Caged, foram abertas 40,72 mil vagas no comércio e 38,41 mil na construção civil. O setor agrícola apresentou geração líquida de 38,95 mil empregos com carteira assinada.
São Paulo liderou a geração de empregos, com 119,8 mil novas vagas em abril. Porém, outros 12 Estados bateram recorde no mês, com destaque para Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás e Santa Catarina.
Inflação. Lupi não acredita que o mercado de trabalho aquecido pressione a inflação. Segundo ele, a produção industrial ainda tem espaço para crescer. Ao contrário da equipe econômica, o ministro disse que um crescimento de 7% a 7,5% neste ano “é mais que razoável”. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo quer evitar alta do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 7%.
“O ritmo de crescimento do Brasil já está no seu rumo. Temos de parar de ter complexo de inferioridade”, rebateu Lupi. “Temos de ficar de olho na inflação, mas sem fazer dela o capeta da nossa economia.”