178 dias. É a duração da greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) contra o corte da URP até a última sexta-feira. É a paralisação mais longa já ocorrida numa universidade pública brasileira. O triste recorde anterior pertencia à Universidade Estadual de Maringá (UEM), em greve por 170 dias em 2001 e 2002.
Na assembléia que a categoria realizou na UnB na quinta-feira passada, dia 9, o servidor técnico-administrativo Marcelo Parise, do Instituto de Física, anunciou que ia iniciar uma greve de fome até voltar a receber a URP. Parise se instalou na praça Chico Mendes, estendeu uma faixa onde se lê “Greve de fome contra a redução de 1/4 do salário” e começou o jejum.
A longa paralisação – iniciada junto com a dos professores, que conseguiram reaver a URP e voltaram ao trabalho – causa prejuízos para docentes e alunos. A Biblioteca Central está fechada desde o dia 23 de março. Os grupos de pesquisa e as aulas práticas em laboratórios sofrem com a falta de materiais, que estão sob controle dos funcionários em greve.
O 1º semestre terminou há duas semanas e o segundo começa no dia 27. A paralisação pode complicar o processo de matrículas.
Os servidores aguardam um pronunciamento do Supremo Tribunal Federal (STF) para reaver a parcela que corresponde a 26,5% da remuneração, relativa à Unidade de Referência de Preço (URP), incorporada ao salário da categoria em 1989.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação da Universidade de Brasília (Sintfub), Cosmo Balbino, informou ao Correio Braziliense que depois de cinco meses de paralisação, 60% dos trabalhadores já voltou ao trabalho, mas parte dos serviços da universidade continua parada. Balbino diz que não há previsão para o fim da greve.