Sinte reconhece avanço na proposta do governo

Em reunião ontem à tarde, Raimundo Colombo propôs recomposição da regência de classeO compromisso de recompor parte dos valores da regência de classe – uma gratificação sobre o salário-base –, já a partir de 2011, foi reconhecido como um avanço pelos representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte). A proposta foi apresentada, ontem, pelo governador Raimundo Colombo, em uma reunião extraordinária na Casa d”Agronômica, em Florianópolis, que contou com a presença do grupo gestor – formado pelos principais secretários de Estado.

Para atender a um pedido do Sinte e deixar a semana encaminhada, a iniciativa de marcar o encontro durante o jogo do Brasil contra a Venezuela, na Copa América, partiu do governador, que falou na maior parte dos 60 minutos de reunião.

Foi ele quem apresentou a proposta, que aumenta os valores da regência de classe a partir de agosto. Os índices passariam de 25% para 30% para professores de 1º a 5º ano do ensino fundamental, e de 17% para 20% para os docentes do ensino médio e de 6º a 9º ano do fundamental. Os percentuais antigos, de 25% e 40% sobre o salário, seriam pagos a partir de janeiro de 2012.

A regência e a tabela salarial foram os principais impasses que levaram a greve a completar, hoje, 48 dias. Os professores pedem a recomposição dos percentuais ainda em 2011, mas o governo alega que não tem dinheiro.

Grupo de trabalho começa a se formar

Com a nova proposta, o governo afirma que serão gastos cerca de R$ 27,5 milhões a mais por mês, R$ 5 milhões acima do previsto com a proposta anterior. Com a recomposição integral dos índices pedida pelos professores, seriam cerca de R$ 33 milhões mensais a mais.

A maior parte do dinheiro virá dos recursos destinados à educação. Serão economizados investimentos em infraestrutura e material escolar, por exemplo.

– Não há mais motivo para os professores continuarem em greve. Esta é a nossa proposta final. A situação exige amadurecimento dos dois lados – ressaltou o governador.

O grupo de trabalho para discutir a recomposição da tabela salarial começou a ganhar forma. Ele será composto pelos secretários da Fazenda, Ubiratan Rezende, e Administração, Milton Martini, e o procurador-geral do Estado, Nelson Serpa, além do representante da área. Este mesmo grupo vai se reunir com outros setores do Estado. Foi pedido ao sindicato uma lista de quatro nomes para a comissão, que começa a se reunir na quarta-feira.

– Este grupo não é exclusivo da Educação. Os representantes por parte do governo estão definidos, mudando apenas o especialista da área – explicou Colombo.

Os encaminhamentos foram colocados em um documento, assinado pelo secretário da Educação, Marco Tebaldi, e o secretário-adjunto, Eduardo Deschamps, também presentes no encontro de ontem à tarde.

A coordenadora do Sinte, Alvete Bedin, admitiu que houve uma evolução grande.

– Evoluímos muito comparado com o que foi apresentado na sexta-feira – disse Alvete.

Sobre o grupo de trabalho, ela alertou que, se ele não funcionar, pode haver nova greve.

A proposta de ontem será encaminhada às assembleias regionais, marcadas para hoje e amanhã. A assembleia estadual, que pode decidir o futuro da greve, ficou para quarta-feira.