A Apufsc presente no Fórum Social Mundial

A Apufsc sindical esteve presente no Fórum Social Mundial, que aconteceu em Porto Alegre entre os dias 24 e 29 de janeiro, participando mais diretamente das oficinas relacionadas ao fórum mundial da educação. Estiveram representando a apufsc sindical no FSM, os diretores Rogério Portanova e Marcio Campos que participaram do evento promovido pelo Instituto Paulo Freire – educação integral e Município que educa. Nesta mesa redonda foram apresentados os princípios, perspectivas, resultados e avaliações sobre o conceito de educação integral, bem como suas potencialidades e limites desta experiência.
Tivemos a possibilidade de fazer um contato direto com o presidente do instituto Paulo Freire, Moacir Gadotti,  e convidá-lo para participar do congresso da APUFSC. Sua resposta foi de verificar as possibilidades de disponibilidade de data e agenda para tanto, porém nosso evento terá a participação do instituto Paulo Freire. Este fato acreditamos ser da maior importância e coloca a Apufsc sindical na vanguarda do trabalho desenvolvido com um conceito de educação que leva em conta os princípios do educador Paulo Freire, como autonomia, liberdade e hoje a sustentabilidade.

Participamos ainda da discussão sobre os Direitos Humanos aplicados à educação, onde estavam presentes desde lideranças dos protestos estudantis no Chile até o secretário de educação do rio Grande do Sul, passando por representantes do ministério da educação e autoridades educacionais da América Latina. Mais uma vez foi realçada a importância da educação pública e de qualidade como elemento emancipador e de resistência às investidas que procuram limitar a educação como mero produto do mercado.

Participamos ainda da mesa redonda: “A educação e sua efetiva contribuição na construção de sociedades sustentáveis”  no quadro da II Jornada Internacional de Educação ambiental, que teve como tema Direitos Humanos, povos, territórios e defesa da mãe terra e teve dentre outros participantes, a secretária de meio ambiente do RS Jussara Cony, Moacir Gadotti, Leonardo Boff, Marina Silva, etc. Por fim participamos da discussão sobre a atualidade da carta da terra e a Rio + 20 com diversas personalidades já mencionadas anteriormente.

Estes foram às principais atividades que participamos, dentre outras com temáticas mais definidas. Como primeiro balanço podemos constatar que faltou um evento mais específico que discutisse o papel dos sindicatos da educação superior diante dos desafios da educação e a atual crise do capitalismo. Tema que foi proposto pela APUFSC à coordenação do Fórum e vamos apresentar em reunião de diretoria para que esta seja realizada em 2013 no próximo fórum social mundial que muito provavelmente será em um país árabe (Tunísia, Marrocos ou Egito eram os mais cotados). Para tanto será necessário uma articulação com nossos sindicatos da educação superior no Brasil e América latina, num primeiro momento, e estender esta rede para os demais continentes.

Este é um primeiro e ainda pequeno passo no sentido de aproximar nossas demandas comuns, mas acreditamos que a Apufsc sindical cumpriu com seu papel de estar atenta aos processos que apontam para a necessidade de encontrar alternativas de construção de uma nova sociedade, justa, democrática, sustentável e, sobretudo,  que tenha na educação seu motor emancipatório.

Caberia um último registro, que foi o resultado do Fórum Econômico Mundial realizado em Davos na mesma época do FSM, segundo declaração de Klaus Schwab, presidente do Fórum econômico mundial e um grande empresário, representantes do stablischment atual e que declarou em uma coletiva de imprensa “o capitalismo está morto. Pelo menos da maneira como se desenvolveu e atuou até aqui, morreu”. É interessante que há muito pouco tempo atrás esta declaração poderia estar na boca de qualquer líder de extrema esquerda ou mais uma simples palavra de ordem que eram repetidas como mantra. Mas não, ela vem de um dos principais representantes do fórum dos chamados ricos. Entendemos que é hora de se debruçar sobre as possibilidades de construção de uma nova sociedade que tenha por base os valores conquistados ao longo das lutas e que tenha por base a educação. Depois da queda do muro de Berlim e do fim do comunismo, estamos assistindo ao fim do capitalismo anunciado pelos seus próprios representantes. É chegada a hora de pensar a nova sociedade, longe dos dogmas das ideologias do século XX ou de qualquer outra religião. O futuro está aberto e a Apufsc sindical, seus filiados e nós professores universitários não podemos nos omitir desta tarefa, pois pensar, ensinar e aprender permanentemente é nossa profissão, vocação e principal tarefa.

Próxima parada, Rio + 20 – encontro da cúpula dos Povos.