A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF) estão travando uma verdadeira guerra em relação ao projeto de duplicação da Rua Deputado Antônio Edu Vieira. Enquanto a instituição alega que o projeto apresentado está incompleto, o Executivo Municipal afirma que a Universidade está sendo intransigente. Na reunião do Conselho Universitário (CUn) do dia 20 de março, foi aprovado um parecer que condiciona a cessão do terreno para a duplicação à discussão de um novo projeto para a obra, construído a partir das decisões de uma comissão formada pela Prefeitura, UFSC e comunidade. Este grupo terá seis meses para apresentar uma nova proposta. A decisão do CUn revoltou o secretário de Transportes e Terminais e vice-prefeito, João Batista Nunes. Segundo ele, em declarações a imprensa, o projeto já foi discutido com a comunidade.
“Vale ressaltar que a UFSC está disposta a ceder a áreas a partir da elaboração de um novo projeto onde nós, enquanto instituição de ensino, pesquisa e extensão, possamos contribuir, colocando à disposição da cidade nosso conhecimento para pensar um projeto que de fato vá melhorar a mobilidade urbana de Florianópolis”, afirma o parecer assinado pelos conselheiros Juarez Vieira Nascimento e Sérgio Luiz Schllater Júnior.
O CUn também alega que a Universidade não é a grande geradora do tráfego na região. “Esta área da cidade cresceu muito de 2003 (quando começaram os estudos para a duplicação) para cá, com a implantação de um grande shopping Center e a autorização para a construção de inúmeros prédios e empreendimentos comerciais, o que multiplicou o número de veículos em circulação ao redor da Universidade e dos bairros próximos”.
O Conselho também saliente que a PMF não melhorou a qualidade do transporte coletivo. De acordo com os conselheiros, a única proposta diz respeito à implantação do sistema BRT (transito rápido de ônibus), que ainda se encontra na elaboração do projeto. Outro ponto levantado pelo CUn é que a duplicação apenas entre o restaurante Dona Benta e a Eletrosul não eliminará os congestionamentos. “Há outros gargalos, como o da entrada no bairro Pantanal, na altura do Armazém Vieira, não contemplados no projeto”, destaca o CUn, alegando, ainda, que não há recursos assegurados para a execução da obra.
Mas vem mais polêmica por aí. Em entrevista ao jornal Noticias do Dia, o deputado estadual Marcos Vieira (PSDB), afirmou que vai pedir de volta o imóvel que o Estado doou à UFSC para depois transferi-lo à Prefeitura. Ele vai apresentar um projeto de lei pedindo a reversão da doação. Na entrevista ele afirma que a UFSC é a maior responsável pelos problemas no transito da região. “Se não fosse a UFSC na Trindade, nós não teríamos o caos de mobilidade urbana. A UFSC não cuida da parte interna e também não ajuda a Prefeitura e o governo do Estado”, afirma o parlamentar.