BRASÍLIA – A Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento informou nesta quarta-feira que o governo considera 31 de agosto a data limite para as negociações com os servidores em greve.
O dia encerra também a possibilidade de incluir na previsão orçamentária do ano que vem qualquer eventual reajuste, uma vez que é prazo máximo para o Executivo enviar ao Congresso Nacional a proposta do Orçamento da União 2013.
O governo já afirmou que não considera a concessão de novos reajustes salariais neste ano, mas apenas em 2013. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, a marcha dos servidores grevistas contava, no fim da manhã desta quarta, com a participação de cerca de 10 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios.
Segundo a SRT, a única proposta na mesa é a que foi feita aos professores das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), que deve ser a proposta final. Os termos apresentados envolvem aumento salarial que varia entre 27% e 45%, dependendo da titulação do docente, escalonados em três anos.
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) já sugeriu que a proposta seja recusada. Segundo o primeiro vice-presidente da entidade, Luiz Henrique Schuch, o governo “faz parecer que fez uma proposta. Mas, na verdade, ela reduz os salários da maioria dos professores ao longo dos três anos, quando comparados com a inflação”.
O governo federal negou-se ontem a fazer nova oferta para o magistério e abrir negociações com outras categorias em greve. O Executivo já admitiu fazer concessões aos professores das universidades federais, às Forças Armadas e à base do funcionalismo público. No entanto, resiste a acolher as demandas de categorias que já contam com altos salários.
Ontem, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reuniu-se com 42 reitores de universidades federais em greve para avaliar a repercussão da proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo. De acordo com o ministro, a posição relatada pelos reitores foi de que, na maioria das instituições, os professores pedem que os reajustes de até 27% para aqueles que têm título de mestre e até 45% para doutores seja antecipado.