Em sessão extraordinária realizada na manhã desta terça-feira, 24, o Conselho Universitário (CUn) da UFSC decidiu, por unanimidade, adiar o início das aulas do segundo semestre letivo de 2012, previsto inicialmente para o dia 6 de agosto. Uma nova reunião do Conselho foi marcada para o dia 7, quando será feita uma análise da situação e dos eventuais avanços nas negociações dos grevistas com os ministérios da Educação (MEC) e do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) visando ao atendimento das reivindicações dos professores e servidores técnico-administrativos (STAs), a partir de uma pauta nacional.
Além da falta de acordo em torno da reformulação das respectivas carreiras, a postergação do reinício das aulas foi aprovada pelos conselheiros e pela Administração Central da universidade porque a greve dos técnico-administrativos impede o funcionamento do Restaurante Universitário (RU), da Biblioteca Universitária (BU) e de parte dos serviços prestados pelo Hospital Universitário (HU). Até o dia 7, reuniões serão feitas em diferentes unidades da universidade para avaliar o quadro em cada uma delas. Quando as aulas forem retomadas, uma resolução definirá os novos prazos do calendário acadêmico do semestre.
A reitora Roselane Neckel já havia se adiantado, mas teve o respaldo do Conselho Universitário, na sessão desta manhã, para a decisão de não encaminhar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão a lista dos docentes e STAs que paralisaram as atividades. A intenção do MPOG era cortar o ponto dos grevistas. Também a Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) é contrária à liberação dessa listagem para o ministério.
A reitora aproveitou a sessão para comunicar aos conselheiros sobre os encontros e reuniões que teve em Brasília com o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, e com representantes da Secretaria de Educação Superior e da Andifes. Ela manteve sua postura inicial, que era a da abertura ou do aprofundamento das negociações, para que as atividades acadêmicas possam ser retomadas o quanto antes. No âmbito nacional, o movimento não aceitou a proposta do governo porque, entre outros fatores, ela beneficia quem está em fim de carreira e penaliza as categorias que estão chegando às universidades.
Alguns conselheiros que se manifestaram na reunião de hoje fizeram questão de enfatizar que a greve tem motivações que vão muito além das questões salariais. Os docentes, especialmente, se dizem sobrecarregados de atribuições, enquanto as instalações vêm sendo sucateadas ao longo dos anos. Há profissionais com problemas de saúde e sem condições de executar a contento o seu trabalho. “Precisamos de melhorias para desempenhar bem as atividades de ensino, pesquisa e extensão”, disse a reitora Roselane Neckel ao apoiar os pleitos dos professores e técnico-administrativos.
Meios de comunicação – A reitora também comunicou os conselheiros sobre a decisão de não renovar os atuais contratos que a Universidade Federal de Santa Catarina mantinha com os meios de comunicação no Estado. A medida foi tomada em vista de problemas detectados nesses processos pela Controladoria Geral da União.