Numa tarde de inverno com chuva e vento sul, em pleno recesso escolar (inúmeros colegas em férias e viajando), 186 docentes reuniram-se na AG presencial, dos quais 169 associados à Apufsc-Sindical. Na continuidade da AG, no dia seguinte 920 docentes (689 sócios) depositaram seu voto nas urnas. Nas duas oportunidades, superamos amplamente o quorum mínimo estatutário, demonstrando compromisso e politização. É a decisão de greve com a maior participação de docentes da história da UFSC, abrangendo inclusive os três campi distantes.
A participação de 231 não sócios indica que inclusive estes reconhecem ser a Apufsc o sindicato e fórum legítimo capaz de deliberar sobre a presente greve.
A Apufsc inaugura uma forma de agir sindical onde o plebiscito é parte intrínseca da AG. No momento, somos o único sindicato estatutariamente a decidir assim. Infelizmente, em muitas AGs a militância de um grupo sindical impediu a realização de plebiscitos a respeito da Proposta do Governo.
A maioria dos docentes 484 decidiu continuar a Greve, com 425 votos contrários.
O Proifes assinou o Acordo com o Governo, como era previsível. Na sequência, o Governo comunicou o encerramento das negociações e que aguardará até o final de agosto a adesão das demais entidades.
É prioritário, a partir de agora, lutar para reabrir negociações em Brasília, e evitar assim que esta greve esvazie-se progressivamente, como a última (2005) e inúmeras outras.
Muitas são as dificuldades:
a) O governo Dilma segue com forte respaldo popular e apoio da Mídia, demonstrando firmeza na condução do país para atravessar a crise que se aproxima.
b) Divide et impera: o racha entre Proifes x Andes erode as forças do movimento sindical para obter ganhos na fase que ora se inicia.
c) O fraco apoio popular para com greves prolongadas de docentes das IFES.
Neste momento, grande parte da contribuição da Apufsc-Sindical é agregar como nossa pauta as reivindicações de interesse geral que emergiram aqui na UFSC e que contribuíram para a decisão de permanecer na greve, como contribuição para a negociação nacional:
a) Reenquadramento dos professores represados em alterações passadas, especialmente dos que se aposentaram como Adjuntod+
b) Aperfeiçoamento na Carreira proposta (padronização dos steps entre os níveisd+ valorização do professor Doutor recém-ingresso, possibilitando, por exemplo, iniciar na carreira como Adjunto)d+
c) Repactuação do Reuni.
Não podemos banalizar a greve, precioso instrumento da luta sindical. Também cabe evitar que esta greve se transforme numa verdadeira guerra entre docentes com concepções políticas diversas, como está a ocorrer em muitas IFES. Esta luta contra nós mesmos é, absurdamente, a maior dificuldade a ser enfrentada.
Colegas: é hora de superar nossas diferenças e demonstrar unidade, nossa principal força.
Comitê Local de Greve