Depois de 35 dias de paralisação, os professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiram suspender o movimento grevista, mas ainda não se sabe quando as aulas recomeçam. A redefinição do calendário depende de uma reunião do Conselho Universitário, marcada para quinta-feira, 22.
A decisão da volta às aulas foi anunciada quinta-feira passada pelo Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc). Em assembleia da qual participaram 959 docentes, a maioria aprovou o fim da paralisação. Foram 534 votos a favor do fim da greve, 418 contra e 7 abstenções.
No entanto, professores da UFSC ligados ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) em Santa Catarina votarão a proposta de fim da paralisação apenas na sexta-feira, 23. No total, a greve envolve cerca de 2 mil professores.
“Tudo foi feito dentro dos confirmes e cerca de mil professores compareceram à votação em urna. Foi a decisão da maioria e numa greve é a maioria quem decide”, defende o professor Paulo César Philippi, da diretoria do Apufsc. Ele questiona a legitimidade do Andes para representar os docentes do Estado.
O presidente do Andes em Santa Catarina, Paulo Rizzo, disse à Agência Brasil que não arrisca dizer se, na assembleia do dia 23, a maioria votará pelo fim da greve. “Não é possível fazer essa afirmação. Vamos ter de esperar a assembleia. Não houve ainda uma decisão sobre o assunto.”
A UFSC reúne quatro câmpus em Florianópolis, Araranguá, Joinville e Curitibanos. A greve em Santa Catarina começou no dia 11 de julho, depois do primeiro semestre letivo. Pelos dados do Andes nacional, docentes de 57 universidades mantêm o movimento de greve, que já dura quase três meses na maior parte dos casos, em rejeição à proposta do governo.