Em reunião extraordinária realizada na manhã desta quinta-feira, dia 23, o Conselho Universitário da UFSC resolveu transferir para o dia 29 de agosto a decisão sobre o início das aulas e o anúncio do calendário acadêmico do segundo semestre. A medida decorre da manutenção da greve dos servidores técnico-administrativos e dos professores vinculados ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).
Como os professores têm assembleia dia 28, o conselho optou por aguardar, esperando também que os servidores retomem as atividades, reabrindo setores importantes como o Restaurante Universitário e a Biblioteca Universitária, fechados desde junho. O dia 31 de agosto é o limite para o encaminhamento, pelo Executivo, do orçamento federal de 2013 ao Congresso Nacional, que deverá prever os reajustes dos funcionários e docentes das universidades públicas. A maioria dos centros de ensino relatou que a expectativa dos diretores e professores que já não participam do movimento é de volta às aulas no dia 3 de setembro.
Em informe aos conselheiros e à plateia presente, formada por professores vinculados ao Andes e estudantes, a reitora Roselane Neckel disse que em reunião realizada quarta-feira na Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em Brasília, foi dada a garantia de que não haveria corte do ponto dos grevistas. Por outro lado, a Federação de Sindicato de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) aceitou a proposta de reajuste escalonado do governo e as atividades já foram retomadas na maioria dos estados.
Pós-graduação – Na reunião de hoje, o Conselho Universitário também aprovou a retomada das atividades nos programas de pós-graduação, revendo a decisão da última reunião de suspender as aulas por tempo indeterminado. O assunto gerou polêmica porque, segundo depoimento de conselheiros, alguns cursos paralisaram apenas as aulas, mantendo as demais atividades e desrespeitando a decisão anterior do Conselho. Também foi autorizada a continuação e finalização do curso de graduação em Engenharia de Materiais, de caráter trimestral, que encerra as aulas no dia 31 de agosto.
Mobilidade urbana – A reitora Roselane Neckel anunciou os nomes indicados pela UFSC para fazer parte da Comissão de Estado de Transportes e Mobilidade Urbana no Campus da Trindade e Bacia do Itacorubi. Entre outros assuntos, esse grupo discutirá com a prefeitura de Florianópolis e a comunidade a questão da duplicação da rua Deputado Antônio Edu Vieira, que liga os bairros Trindade e Pantanal e passa ao lado da universidade.
Os indicados da UFSC são os professores Carlos Antônio Oliveira Vieira, Airton Lisle Cerqueira Leite Seelaender (ambos do gabinete da Reitoria), Katt Regina Lapa (Centro de Ciências Agrárias), Elisete Dahmer Pfitscher (Centro Sócio-econômico), Werner Kraus Junior (Centro Tecnológico), Flávio Henrique Reginatto (Centro de Ciências da Saúde), Arnoldo Debatin Neto (Centro de Comunicação e Expressão), Élson Manoel Pereira (Centro de Filosofia e Ciências Humanas), Cristiane Derani, Letícia Albuquerque (ambas do Centro de Ciências Jurídicas), Luciano Lazzaris Fernandes (Centro de Desportos), Juliane Russi (Coplan/DPAE), Manoel Arriaga (Gemurb) e Lino Peres (Andes), além do estudante de geografia Jonathan Urbano de Moraes (DCE). Ainda não sugeriram nomes os sindicatos dos professores (Apufsc) e dos servidores (Sintufsc).
Pela comunidade, compõem a comissão Albertina Silva (Conselho Comunitário do Pantanal), Hélio Carvalho, Cláudia de Servi (ambos do Fórum da Bacia do Itacorubi), Tarcisio Kemper (Eletrosul), Denise Siqueira (Floripa Acessível), Werner Kraus e Carlos Roberto Vieira (ambos da Câmara de Transporte e Mobilidade do Fórum da Cidade). O Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) ainda não indicou seus representantes.
Nova pró-reitora – A sessão do Conselho Universitário foi encerrada com a apresentação da professora Beatriz Augusto de Paiva como nova pró-reitora de Planejamento e Orçamento (Proplan), em substituição a Luiz Alberton. Beatriz ocupava, desde maio, a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae). Originária do Centro Sócio-Econômico, ela tem familiaridade com a área e diz que vê o orçamento como “um instrumento de debate público e construção coletiva”. À frente da pró-reitoria, pretende “desencadear um processo participativo na discussão do orçamento da instituição”.