Acaba nesta terça-feira o prazo que o Executivo deu aos grevistas para aceitar o acordo que garante reajuste de 15,8%, em três anos, a partir de 2013. Apesar de algumas categorias de servidores federais já estarem retornando ao trabalho, policiais e fiscais agropecuários decidiram continuar a paralisação.
A greve nacional já dura três meses e prejudica setores estratégicos em todo o Brasil. Na segunda-feira, o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Oswaldo Cruz fechou acordo com o governo federal para um reajuste entre 12% e 18%, em três parcelas, para os 5,8 mil servidores. Eles foram a terceira categoria a entrar em consenso com o governo, depois de professores e servidores técnico-administrativos das universidades federais. Os servidores federais lotados no Distrito Federal também aceitaram a oferta do governo.
– Tivemos avanço significativo na reestruturação do plano de carreira. A greve está encerrada – disse Paulo Garrido, presidente do sindicato que representa os funcionários da Fiocruz.
Oton Pereira Neves, secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal (Sindsep), disse que a decisão de aceitar o acordo envolve órgãos como os ministérios da Saúde, da Previdência, da Integração Nacional, do Desenvolvimento Agrário, do Planejamento, dos Esportes e do Turismo. Eles fazem parte basicamente do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE)d+ da Carreira da Previdência, Saúde e Trabalho (CPST)d+ e do Plano Especial de Cargos (PEC) lotados no DF. Mas o governo só aceita fechar um acordo com a Condsef, que representa essas categorias em todo o país.
Josemilton Costa, secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), disse que, a despeito da posição do funcionalismo na capital, sindicatos de todos os estados vão se reunir em plenária hoje para decidir sobre a proposta:
– Só amanhã (hoje), na votação, saberemos que decisão será tomada.
Servidor do Rio suspende paralisação
Na avaliação do governo, o resultado das negociações tem sido satisfatório. Ao concentrar a apresentação de propostas e o fechamento de acordos em duas semanas, o Ministério do Planejamento aposta que a maioria das greves vai acabar até sexta-feira. O Executivo se respalda no artigo 76 da Lei de Diretrizes Orçamentárias, segundo o qual, para haver reajuste nas remunerações, os projetos de lei devem ser encaminhados ao Congresso até 31 de agosto.
Há ainda sindicatos que resistem a fechar acordo. Os policiais e fiscais federais agropecuários decidiram ontem manter a greve e recusaram, em assembleias, a proposta de 15,8%. Reginaldo Aguiar, diretor da Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra, adiantou que os servidores do órgão também não vão assinar acordo.
Em assembleia no Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Rio (Sintrasef), os servidores federais aceitaram a proposta do governo, encerrando a greve.