Economistas de 17 países se reúnem por três dias em Florianópolis, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), para discutir os últimos acontecimentos econômicos sob o ponto de vista marxista.
Esta é a primeira vez que o evento é promovido no Brasil e pela segunda vez na América Latina – a primeira foi ano passado, no México.
Leia a entrevista com a palestrante maria Lúcia Fattorelli.
A escolha de Florianópolis não foi ao acaso: a UFSC é a única instituição pública no país a possuir um grupo de pesquisa sobre os países latinos. Além de representantes destas nacionalidades, economistas da China, da Coreia do Norte, da Alemanha e dos Estados Unidos estão sendo aguardados para participar do 8o Encontro Mundial de Economia Política.
Os organizadores do evento esperam atrair, entre hoje e domingo, 180 profissionais da área, fora os alunos, professores e sindicalistas que podem assistir às palestras de graça.
Para o economista e organizador desta edição do fórum Nildo Ouriques, os brasileiros vivem Equotd+um otimismo ingênuo e interessadoEquotd+ ao acreditarem que o país nunca esteve tão bem economicamente quanto no momento atual.
— O Brasil é uma máquina de exportar, mas aquilo que não gera riqueza. Enquanto isso, temos um endividamento estatal e de dívida externa que chega quase aos R$ 3 trilhões no país — argumenta Ouriques.
A expectativa do organizador desta edição do fórum é de que os participantes formulem um diagnóstico da economia mundial dentro de uma mesma perspectiva analítica, enriquecido pela diferença econômica dos países participantes.
— Ter uma corrente marxista não significa uma mesma visão. Se reunirmos 10 marxistas, teremos 10 visões distintas, ainda que dentro de uma mesma linha crítica — explica.
::Programa-se
O que: 8º Fórum da Associação Mundial de Economia Política
Quando: de sexta-feira até domingo
Onde: Auditório da Reitoria e diferentes espaços do Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Quanto: Entrada franca
Sexta-feira
8h30 – A farsa do Equotd+desendividamentoEquotd+ externo da Argentina, com Alejandro Olmos (Argentina)d+ e O superendividamento do estado brasileiro, com Maria Lucia Fattorelli Carneiro (Brasil)
14h30 – Atualidade do pensamento de Marx, com Nildo Ouriques (UFSC/Brasil), Neimeyer Almeida Filho (UFU e SEP/Brasil), Juan Kornblihtt (CEICS/Argentina) e José Antônio Martins (UFSC/Brasil)
Sábado
9h30 – A economia política das instituições culturais e seu papel na manutenção e no questionamento das ideias dominantes relacio`nadas às causas e consequências das desigualdades, com Hiroshi Onishi (Japão) e Roger Seifert.
Limitações e agendas de inovação da Economia Marxista, com Hyungkee Kim (Coréia do Norte).
Local: Auditório da Reitoria