O ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif, afirmou que o seminário sobre extensão tecnológica – promovido nesta quarta-feira pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados – mostra a necessidade do tripé do ensino, da pesquisa e da extensão, mas que a grande questão é como fazer a inovação tecnológica chegar aos produtores.
“Mas o grande problema é a extensão: como fazer chegar o conhecimento à massa de pequenos produtores, de micro e pequenas empresas”, ressaltou Guilherme Afif. “Porque o Brasil tem várias realidades e eles [micro e pequenos empresários] estão no Elsquod+fundãoErsquod+, e muitas vezes a área de extensão acaba privilegiando só alguns setores que têm acesso. Portanto, a extensão é o segredo para poder levar a inovação tecnológica a todos, de forma democrática.”
Na avaliação do deputado Ariosto Holanda (Pros-CE), há necessidade de mais atividades de extensão relacionadas aos perímetros de irrigação do País. Segundo ele, boa parte nem está funcionando, o que agrava os efeitos da seca no Nordeste.
Currículo dos professores
Já o representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação ressaltou que é preciso dar mais peso às atividades de extensão nos currículos dos professores de universidades públicas e institutos federais. Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, Oswaldo Duarte Filho, o professor hoje é mais valorizado pelas atividades de pesquisa.
A extensão seria justamente a transferência deste conhecimento para a sociedade. “Eu acho que no meio universitário, mais importante que o dinheiro é a valorização da atividade”, disse Oswaldo Duarte, durante o seminário. “Hoje, no currículo de um pesquisador é muito importante a publicação dele numa revista indexada, é importante a participação dele num programa de pós-graduaçãod+ mas não tem muito peso a sua participação numa atividade de extensão.” Oswaldo explicou que, neste ano, os centros vocacionais tecnológicos, que promovem cursos voltados para o desenvolvimento regional em várias cidades, completam 10 anos e já somam 255.
Empreendedores
Por sua vez, o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marco Antônio de Oliveira, afirmou que uma das metas dos institutos federais é justamente a extensão. “Além do desafio da formação para o mercado de trabalho, nós precisamos formar pessoas que possam empreender, que possam encontrar formas alternativas de ocupação e por meio delas prover a sua própria renda”, observou Antônio de Oliveira.
Ele disse que o Brasil deve terminar 2014 com 562 institutos federais de educação, boa parte localizada no interior do País. Nesses institutos, estão sendo criados polos de inovação que deverão ser financiados pela nova Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial Endashd+ a Embrapii – por meio de projetos em parceria com o setor privado.
Fonte: Agência Câmara