Afirmação foi feita à UNE durante reunião para tratar do Future-se e do corte de verbas da pasta
Integrantes da diretoria da União Nacional dos Estudantes (UNE ) que se reuniram no fim da tarde de quarta-feira (7) com o ministro da Educação, Abraham Weintraub , queixaram-se por não terem obtido “nenhum encaminhamento prático”.
Os estudantes foram ao MEC para reivindicar o fim do contingenciamento de verbas para a área, que soma R$ 6,1 bilhões e entregaram duas cartas ao ministro. Em uma delas, a entidade se manifesta contra o Future-se, projeto que busca reestruturar o financiamento às instituições de ensino superior públicas.
“Pedimos o descontingenciamento das verbas das universidades federais que, para nós, é urgente. O ministro não se comprometeu com o desbloqueio das verbas, disse que poderia, mas que é uma coisa que ele não pode ser comprometer. Há uma diferença de projetos para a universidade”, disse Iago Montalvão, presidente da UNE.
O convite para o encontro partiu do próprio ministro que, nas últimas semanas, vinha atacando a UNE em publicações irônicas em sua conta no Twitter. Segundo Montalvão, Weintraub se mostrou aberto ao diálogo.
Future-se
Durante o encontro, que durou cerca de uma hora e meia, a UNE afirmou ser contra o Future-se por acreditar que ele pode causar dependência dos recursos privados e defendeu a ampliação do financiamento público para as universidades.
Assim como reitores, a UNE criticou a previsão de que as universidades possam optar fazer parcerias com organizações sociais, caso o projeto do governo seja levado adiante.
“Não ficou muito claro qual vai ser o papel das organizações sociais. Elas nos preocupam, porque podem interferir na autonomia universitária do ponto de vista de gestão, científico, porque para nós não é interessante que tenha uma entidade privada para gerir elementos importantes da universidade”, finalizou o presidente da entidade.
O secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel, também participou do encontro e defendeu o Future-se, afirmando que ele vai ampliar a possibilidade de as instituições obterem receitas sem depender da União.
“As universidades vão continuar no modelo que existe hoje. Vão ficar inteiramente dependentes do orçamento público. Se ficar amarrada o tempo todo ao governo vai ficar sempre dependente da dinâmica financeira-orçamentária do governo. Não estamos tirando nada da universidade com o Future-se, estamos dando novas opções”, finalizou.
Veja na íntegra: O Globo
C.G/N.O