Para DCE, documento foi “ameaça” ao movimento grevista
A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da UFSC emitiu um ofício ontem, 17, pedindo que os chefes de departamento comunicassem ao órgão quais estudantes recebem bolsas de monitoria e estão em greve, “para que o sistema de pagamentos esteja de acordo com a efetiva oferta dessa atividade”. Hoje pela manhã o chefe de gabinete da Reitoria, Áureo de Moraes, cancelou o ofício, dizendo que houve “um equívoco por parte da Prograd”.
A bolsa de monitoria é aquela na qual o estudante recebe R$348,07 por mês para auxiliar o professor e os outros estudantes durante a aula. Em agosto desse ano, 668 estudantes recebiam esse valor, de acordo com o portal de transparência da Prograd.
Para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) Luís Travassos, o ofício foi uma ameaça aos alunos em greve. A entidade dos estudantes emitiu uma nota na qual afirma que “os monitores grevistas, mesmo em sua legítima adesão ao movimento de greve, não deixaram suas funções pedagógicas nem pararam de atender e auxiliar estudantes que buscam seu apoio”.
Os estudantes relembram ainda que a reitoria assinou um documento se comprometendo a não perseguir alunos que aderiram ao movimento de greve. “Exigimos que a reitoria continua cumprindo com o combinado e não persiga o movimento estudantil num momento tão delicado e importante de nossa conjuntura.”
O documento, assinado pelo Pró-Reitor de Graduação, Alexandre Marino Costa, explica que a medida visa “minimizar os possíveis prejuízos aos discentes e contribuir para a qualidade do ensino de graduação da UFSC”. Segundo a Prograd, a universidade possui recursos para pagar bolsistas até o fim do calendário letivo.
Victor Lacombe