Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público lança hoje estudo em que contesta dados oficiais usados para justificar fim da estabilidade e redução de salários
A reforma administrativa, cujo texto o governo ainda não chegou ao Congresso, acendeu um sinal de alerta entre os servidores. Eles se movimentam contra um possível fim da estabilidade para futuros contratados, redução de salários e benefícios, demissão por insuficiência de desempenho e combate ao direito de greve.
Segundo a categoria, há equívocos nas estatísticas divulgadas por entidades nacionais e internacionais — inclusive do Banco Mundial — sobre a necessidade de rigoroso enxugamento nas despesas de custeio.
Hoje, para tentar desfazer o que entendem ser informações incorretas, a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público, coordenada pelo deputado Professor Israel (PV-DF), lança o estudo “Reforma administrativa do governo federal: contornos, mitos e alternativas”, com um ato público pelo Dia do Servidor, comemorado em 28 de outubro.
O documento, de acordo com Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate) “derruba estigmas sobre tamanho, custo e eficiência da máquina pública no Brasil”. Entre os chamados “Sete mitos liberais sobre o estado brasileiro”, está a premissa falsa, de acordo com a Frente, de que as despesas com pessoal na União são muito altas e descontroladas.
A frente já tem a adesão de 235 deputados e seis senadores. Segundo o professor Israel, o objetivo é fazer uma discussão equilibrada “longe do clima persecutório”. “O corte de gastos não pode ser justificativa para o desmonte do serviço público no nosso país”, afirmou. Os autores do estudo são Bráulio Cerqueira, economista e auditor federal de Finanças e Controle, e José Celso Cardoso, técnico de Instituto de Pesquisa Apliada (Ipea) e especialista em políticas públicas.
Confira: Correio Braziliense