Policiais federais ganharam um benefício exclusivo: integralidade e paridade mesmo para aqueles que entraram depois de 2003
A Câmara dos Deputados aprovou ontem (10), por 379 a 131 , o texto principal da reforma da Previdência no primeiro turno de votação. Eram necessários 308 votos para a aprovação. A proposta prevê que os homens só poderão se aposentar com no mínimo 65 anos e as mulheres, com 62d+ aumenta as alíquotas previdenciáriasd+ reduz o valor de aposentadorias e pensões e restringe o abono salarial. Nesta quinta-feira (11), serão analisados os destaques que podem modificar trechos da proposta. Depois, a reforma precisa ser aprovada em segundo turno antes de seguir para o Senado. A expectativa é que essa votação ocorra nesta sexta-feira (12).
Integralidade e paridade exclusivamente para policiais federais
A aposentadoria dos policiais federais teve tratamento especial. Parlamentares fecharam acordo para aprovar emenda do Podemos que abranda as regras de transição e garante integralidade e paridade para a categoria – até mesmo para aqueles que entraram depois de 2003 no serviço público e não tinham mais direito a esse benefício.
Pela emenda, apoiada por quase todos os partidos, os policiais da ativa poderão se aposentar com 53 anos, se homens, e 52 anos, se mulheres, tendo que trabalhar 100% a mais do que faltava para se aposentarem por tempo de contribuição. As mudanças garantiram aos policiais integralidade e paridade para todos aqueles que entrarem até a promulgação da reforma. Nenhum outro servidor público terá esse direito.
Destaques serão votados hoje
Na manhã de hoje a Câmara terá nova sessão, desta vez para votar destaques. A oposição ainda tenta, com emendas, impedir a restrição no abono salarial, evitar o aumento do tempo de contribuição para que os homens se aposentem (de 15 anos para 20 anos), mudar as regras de transição para um pedágio mais favorável aos trabalhadores, abolir as novas fórmulas de cálculo as aposentadorias e o redutor no valor das pensões. Foi para negociar esses votos que Maia suspendeu a sessão retomada nesta manhã.
Compra de votos
A oposição voltou a denunciar a compra de votos pelo governo. Se cumprida a promessa, cada deputado deve receber R$ 43 milhões em emendas até o final do ano. Na véspera da votação, o governo liberou R$ 1,13 bilhões em emendas e mais R$ 177 milhões ontem para custeio de ações do Ministério da Saúde nas bases eleitorais dos deputados. A espera por mais recursos – desta vez via os ministérios da Educação, da Agricultura, da Cidadania e do Desenvolvimento Regional – fez com que alguns deputados defendesse, na sessão de ontem, nos bastidores, só votar o segundo turno da proposta em agosto, antes de envia-la ao Senado, revela o Valor.
Confira: Valor Econômico