Os rumos da organização sindical dos professores das universidades federais foram debatidos durante o seminário Movimento docente: desafios da organização sindical, que aconteceu no dia primeiro de setembro. O evento foi promovido pela Apufsc-Sindical e contou com a participação de representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), do Movimento Docente Independente e Autônomo (MDIA) das instituições federais de ensino e da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação), além de dirigentes da Associação dos Professores Universitários da Bahia (Apub) e do Sindicato dos Professores das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc).
O seminário foi dividido em dois momentos. No período da manhã aconteceu a palestra do jornalista Antônio Augusto de Queiroz, analista político e diretor de documento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que fez um relato histórico do movimento sindical no Brasil. Queiroz também abordou a atual situação política no país e os desafios dos trabalhadores para os próximos anos, que precisam estar mobilizados para não perder direitos e conquistas históricas.
Na parte da tarde os debates foram com relação à organização sindical dos docentes. Participaram da mesa-redonda a presidente do Andes, Eblin Joseph Farage, o presidente do Proifes, Eduardo Rolim de Oliveira, e o coordenador do MDIA, José Lopes de Siqueira Neto. Os debates foram mediados pela presidente da Apub, Claudia Miranda Souza.
Para os participantes, a complexidade da organização sindical ficou clara durante as discussões. Atualmente, o movimento docente é dividido de três formas: o Andes, como um sindicato nacional e com seções sindicais nas universidadesd+ o Proifes, como federação que reúne vários sindicatosd+ e as entidades independentes e autônomas, como, por exemplo, a Apufsc, a Adufc e o Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (Apubh).
A unicidade e a pluralidade sindical também foram debatidas pelos participantes, com posicionamentos contrários e a favor das duas formas de organização dos trabalhadores. Outro ponto que gerou embate foi com relação ao envolvimento de partidos políticos nos sindicatos. Para a maioria dos participantes, essa relação acaba afastando docentes das entidades sindicais.
A principal conclusão do encontro é de que, apesar das diferenças, as entidades sindicais que representam os professores das Instituições Federais de Ensino (IFES) precisam discutir temas que afetam diretamente a categoria, como o fortalecimento da frente em defesa da educação pública, criando comitês regionais, além de caminhar junto com outros setores da sociedade civil na defesa dos direitos dos trabalhadores, principalmente com relação a previdência social, projetos de terceirização e privatizações.