A assembleia geral, que na tarde desta quarta-feira (9) decidiria sobre a greve docente na UFG contra a PEC 55 (antiga PEC 241), foi interrompida ao ser invadida por centenas de estudantes.
Integrantes de ocupações nas unidades da UFG se manifestavam na entrada do Centro de Eventos da UFG e invadiram o salão momentos depois dos docentes haverem decidido, por 215 votos contra 206, pela não participação estudantil.
“Esperamos hoje que vocês sigam o nosso exemplo. Lutem conosco. Assumam suas posições”, repetiam em jogral os estudantes, já no palco do Centro de Eventos, enquanto docentes abandonavam o salão.
A assembleia, que registrou 688 docentes presentes e seria a maior realizada este ano no país, estava no momento dos debates, sob a fala da professora Rosana Borges, quando foi invadida. “Soberanamente já havíamos votado pela não entrada dos estudantes. Desrespeitaram essa decisão porque tudo indicava que a greve não seria aprovada”, disse Rosana, do lado de fora. Ela era presidente da Adufg e conduzia a assembleia geral que terminou com socos e pontapés contra diretores do sindicato em 2012.
Na reunião de hoje, o atual presidente, professor Flávio Alves da Silva, foi empurrado e xingado pelos estudantes, e teve de ser conduzido por seguranças para conseguir sair do Centro de Eventos. Lá fora, encontrou sua caminhonete com dois pneus rasgados. “Me causaram um prejuízo de três mil reais aqui hoje”, disse o professor.
“Uma perda lamentável para os dois movimentos (docente e estudantil). Ninguém aqui é a favor do desmonte do país, mas os alunos nos impediram nos expressar, de decidir, foi um total desrespeito”, disse o professor Ademyr de Oliveira (EMC).
“Foi um erro dos estudantes, porque havia a possibilidade de vitória da greve e a greve protegeria as ocupações. Agora eles (estudantes) se isolaram”, disse o professor João Alberto (FH). “Mas acho que a Adufg pode ter liberado a entrada dos estudantes como estratégia, para acabar com a assembleia”, acusou.
Jonathan Macedo, segurança responsável pela entrada, afirmou que foi abraçado por dois estudantes ao tentar impedir uma menina que havia furado o bloqueio, e que neste momento perdeu o controle da porta, quando houve a invasão. “Tentei segurar a menina, aí os dois rapazes abraçaram eu e o colega, me arrastaram para o canto. Aí todos entraram e eu fui chamado pra proteger o palco”, disse.
O presidente do sindicato anunciou que não haverá outra convocação de assembleia esse ano. “Vamos participar ativamente do dia de paralisação na sexta-feira, dia 11, com atos contra a PEC 55 e todas as medidas desse governo que estão ameaçando a educação e o serviço público”, disse.
Fonte: Adufg