Uma criança nascida no Brasil hoje só conseguirá alcançar, quando completar 18 anos, 56% do seu potencial produtivo. Esse cenário é um reflexo de falhas na educação e no sistema de saúde do país, o que interfere diretamente no desenvolvimento dos brasileiros. A informação foi apresentada por um novo índice do Banco Mundial, apresentado nesta quinta-feira (11/10).
Chamado Índice de Capital Humano (ICH), o indicador coloca o Brasil na 81ª posição, em um total de 157 países. Nações da América Latina como Chile (45ª), Argentina (63ª), Equador (66ª), Colômbia (70ª) e Peru (72ª) tiveram um desempenho melhor no ranking, liderado por Cingapura.
Segundo o Banco Mundial, 56% das crianças nascidas hoje em todo o mundo irão perder mais da metade dos seus ganhos potenciais na vida porque “os governos, atualmente, não estão fazendo investimentos efetivos no seu povo para assegurar uma população saudável, educada e resiliente, pronta para os postos de trabalho do futuro”.
O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, destaca o capital humano como “o fator fundamental para crescimento econômico sustentável e inclusivo“.
A pesquisa ainda destaca que a região da América Latina e o Caribe apresentam bons indicadores relativos à saúde de crianças, além de altos índices de sobrevivência de adultos e níveis relativamente baixos de atrofia mental. No entanto, os estudantes da região têm notas menores em todos os conhecimentos medidos pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA, na sigla em inglês) coletados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Na análise sobre a realidade brasileira, o índice destaca que uma criança que iniciar os estudos aos 4 anos de idade terá uma expectativa de completar 11,7 anos na escola quando chegar aos 18 anos.
A metodologia usada pelo ICH leva em consideração cinco indicadores: a probabilidade de sobrevivência até os cinco anosd+ os anos de escolaridade esperados para uma criançad+ resultados de testes harmonizados, como medida de qualidade de aprendizagemd+ taxa de sobrevivência adulta (fração de jovens de 15 anos que sobreviverão até os 60 anos)d+ e a proporção de crianças com atrofia mental.
Fonte: Época Negócios