Há um clima de insegurança instaurado nas instituições de ensino superior. Pessoas armadas, casos de violências verbal e física, intimidações a docentes em salas de aula, pichações racistas, machistas e lgbtfóbicas passaram a compor o cenário universitário brasileiro.
Essa foi a descrição feita, na parte da manhã, pelos docentes que participaram da Reunião dos Setores das Instituições Federais, Estaduais e Municipais de Ensino Superior. O encontro acontece em Brasília, nesta quinta-feira (18), e busca atualizar a rodada de assembleias ocorrida entre 10 e 17 de outubro em diversas seções sindicais do país.
Na reunião dos Setores, ocorrida na semana anterior, a diretoria do ANDES-SN apresentou uma proposta de texto sobre a conjuntura eleitoral, que norteou as discussões nas assembleias das seções sindicais ao longo da semana. O texto ressalta a gravidade da situação atual, destacando que a crise enfrentada é política, social, cultural e econômica.
Os relatos feitos na manhã desta quinta-feira (18) informam que as seções sindicais aprovaram a construção de uma ampla unidade entre os trabalhadores para enfrentar o fascismo, defender a democracia, os direitos e a universidade pública.
Frentes contra o fascismo foram aprovadas em algumas assembleias, com a intenção de denunciar o projeto do candidato de ultradireita. Durante a semana, as seções sindicais promoveram debates e outras atividades para refletir sobre a conjuntura.
Resistência
Apesar dos relatos de violência, durante a manhã, os docentes afirmaram que há resistência. Depoimentos deram conta de grande participação de professores nas assembleias e na construção de encontros com outros setores da comunidade acadêmica.
Em Aracaju, por exemplo, os docentes da Universidade Federal de Sergipe estão indo aos bairros da periferia para explicar à população as reais intenções do candidato de ultradireita. O mesmo tem sido feito nos bairros mais favorecidos da cidade.
Outra iniciativa exposta na parte da manhã foi a de estudantes da Universidade Federal do Rio Grande (RS), que têm dedicado tempo e conhecimento para explicar à população as razões para não votar no candidato fascista.
Os debates da manhã desta quinta (18) apontaram que o fascismo está escancarado no país. O cenário posto é de instabilidade. Foi ressaltada a necessidade de ganhar as ruas para reverter o atual cenário político. Os debates seguem no período da tarde.
Fonte: Andes