Atual secretário de Educação do Estado de São Paulo e ex-ministro da pasta na gestão de Michel Temer, Rossieli Soares disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que não se deve perder tempo com discussões de doutrinação ideológica nas escolas, já que apenas 5% dos jovens saem do ensino médio com aprendizado suficiente e esta deveria ser a prioridade. Para ele, “a única ideologia que deve nos interessar é a ideologia da aprendizagem […] Se algum professor abusar dentro da sala de aula para fazer campanha para um lado ou outro, tem procedimento para isso”. A fala contraria a opinião do governador de São Paulo, João Doria, e do presidente Jair Bolsonaro, que assumem postura de combate à suposta doutrinação de esquerda.
Soares comentou a Base de Formação Docente, proposta de revisão das diretrizes dos cursos de Pedagogia e licenciaturas lançada pelo Ministério da Educação (MEC) em dezembro do ano passado. Ele diz que pretende seguir os apontamentos da Base, inclusive a implementação de residência para professores. “Quando a gente fala do conceito da residência pedagógica, é dar uma turma para o futuro professor pilotar, quando ele está lá no fim. Nos últimos semestres de uma licenciatura, o cara tem que estar dentro da escola. Assistir uma aula, ver como o aluno reage, como os outros colegas com experiência reagem”.
Soares apoiou, também, os grêmios estudantis. Ele afirmou que, nas próximas semanas, solicitará que as escolas “criem a liderança de classe para já em fevereiro iniciar o processo da criação dos grêmios ou da eleição. […] O menino que participa de um grêmio desenvolve competências que a sala de aula não vai dar”. Para o secretário, a discussão acerca do ensino médio envolve tanto os professores quanto os alunos.
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L.S. / L.L.