Carlos Nadalim é coordenador de uma pequena escola paranaense e também coordenador do blog “Como Educar seus Filhos“, onde defende que o analfabetismo funcional no Brasil é causado, pelo método de ensino construtivista – abordagem pedagógica que entende o conhecimento como uma construção conjunta entre professor e aluno.
Em um vídeo no seu canal no YouTube, o atual Secretário de Alfabetização do Ministério da Educação (MEC) acusa o método construtivista de demonstrar uma preocupação exagerada com a construção de uma sociedade igualitária, democrática e pluralista, em formar leitores críticos, engajados e conscientes”. Nadalim é defensor do método fônico, alternativa que apresenta às crianças letras e sons da fala antes do contato com atividades com textos.
O conflito em torno da melhor forma de ensinar o alfabeto não é exclusivo do Brasil, conhecido já em outros países pelo termo “reading wars“(guerras de alfabetização).
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, no entanto, afirmam que o analfabetismo funcional não pode ser atribuído ao método, e que a guerra que opõem o método fônico ao construtivista é perda de tempo.
Leia mais na reportagem da BBC News Brasil / El País
Matéria do UOL avalia a influência de Olavo de Carvalho no MEC
Nadalim e o próprio ministro são indicações de Carvalho
Em entrevista com um integrante da equipe de transição do governo que falou de forma confidencial, o site UOL mostra evidências da influência de Olavo de Carvalho no Ministério da Educação. O fato de o anúncio de Ricardo Vélez Rodríguez como ministro da Educação – um cargo estratégico – ter ocorrido apenas no final de novembro, sem participação na equipe de transição, causou espanto entre colaboradores do governo Bolsonaro.
O integrante da equipe de Bolsonaro que falou reservadamente ao site conta: “a mim causou muita surpresa (a influência de Olavo). Não que eu desmereça o pensamento de Olavo de Carvalho, tenho todo respeito por ele, mas chegou um cara (Vélez) ligado a ele que não participou do governo de transição. Isso chamou muito a atenção”. Ele também avalia que “os planos de Bolsonaro (para a educação) foram muito bem feitos. A partir do momento em que foi nomeado ministro esse cidadão jogou os planos por água abaixo”.
V.C. / L.L