A professora Andriele Ferreira Muri teve sua tese de doutorado considerada a melhor em educação no Brasil, conquistando o grande prêmio de Humana da Capes na edição de 2018. O estudo “Letramento científico no Brasil e no Japão a partir dos resultados do Pisa” foi realizado com a imersão da autora na cultura japonesa durante o doutorado na PUC-Rio e na Universidade Gakugei de Tóquio, onde passou oito meses através do programa Ciência Sem Fronteiras. A tese tinha como objetivo comparar resultados de letramento científico do Brasil e do Japão, a partir do teste do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).
Em entrevista ao portal G1, Andriele Muri definiu letramento científico: “Um cidadão cientificamente letrado é um cidadão crítico, capaz de participar ativamente das questões como um todo em um país. Questões não apenas científicas e tecnológicas, mas também sociais. Um país cientificamente letrado significa um povo que entende e participa das decisão do dia a dia e transforma a sua realidade”. Na tese, ela conclui que o Japão se sai melhor no teste porque, entre outros fatores, as crianças estão mais familiarizadas com química e física, o currículo nacional comum é estabelecido e atualizado periodicamente e o uso do tempo em sala de aula é melhor otimizado.
Coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o teste do Pisa é aplicado de três em três anos para estudantes a partir do 7º ano do ensino fundamental. Na última edição, em 2016, 70 países participaram e o Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e 66ª em matemática. Já o Japão, país escolhido para a comparação de Andriele Muri, ficou em 2º lugar em ciências, 8º em leitura e em 5º em matemática.
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L.S. / L.L.