O Censo Escolar 2018, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), revelou que o número de matrículas nas escolas de educação básica (ensinos infantil, fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos) diminuiu no ano passado no Brasil. O número de alunos matriculados passou de 48.608.093 para 48.455.867, ou seja, menos 152.226 alunos de 2017 para 2018. Desde 2014, o total de matriculados na educação básica decresceu 1,3 milhões, que correspondem a 2,6%.
De acordo com o portal Brasil Escola, houve crescimento de 11,1% de matriculados na educação infantil nos últimos cinco anos, atingindo 8,7 milhões de crianças. O Censo confirma que o aumento é resultado da expansão da entrada em creches. Já as matrículas de ensino fundamental (do 1º ao 9º ano) diminuíram, principalmente nos anos finais, com registro de 27,2 milhões — 4,9% a menos do que em 2014. No ensino médio, as matrículas caíram 7,1% nos últimos cinco anos, chegando a 7,7 milhões em 2018. Segundo o Inep, a queda pode ser justificada pela menor entrada de estudantes vindos do ensino fundamental e maior aprovação dos estudantes no médio.
Ensino integral
O Censo mostra que houve decréscimo de 1,1 milhão de matrículas para o período integral (sete horas ou mais de aulas diárias) entre ensino fundamental e médio. A diminuição dos matriculados se deu por conta do fundamental, em que a queda entre escolas públicas e privadas foi de 13,9% para 9,4% dos estudantes. Na rede privada, o índice de alunos nesta modalidade é pequeno: somente 2,2%.
As matrículas para tempo integral aumentaram no ensino médio, de 7,9% em 2017 para 9,4% em 2018, mas o baixo percentual ainda preocupa especialistas. Em entrevista ao G1, a presidente-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, avalia: “Os países que avançam em qualidade do ensino, em aprendizagem, as crianças ficam muito mais na escola. E aqui no Brasil, a criança fica apenas meio período. Então, a gente precisa avançar nesse caminho do tempo integral sem dúvida nenhuma”.
Educação domiciliar
Com o resultado do Censo, o secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), Luiz Antonio Tozi, afirmou na quinta-feira (31) que os planos do governo para educação domiciliar, previsto como uma das metas prioritárias dos primeiros cem dias de gestão Bolsonaro, pretendem não substituir a necessidade de matrícula em escolas presenciais. Segundo Tozi, “a família deve voltar a se preocupar com o caráter da educação e isso significa incluir a família no processo educacional. O homeschooling não substitui a escola, mas complementa o processo educacional”.
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Analise o Censo completo: Censo Escolar 2018
L.S. / E.M.