Projetos regionais da UFSC são contemplados pelo Meninas das Ciências, do CNPq

Projetos têm como principal objetivo estimular o ingresso, a formação, a permanência e a ascensão de meninas e mulheres nas carreiras de Ciências Exatas, Engenharias e Computação

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) teve dois projetos adicionais aprovados na Chamada Pública “Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação”, do Ministério das Mulheres, em conjunto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além das pesquisadoras selecionadas na categoria Projeto em Rede Nacional, a Universidade foi escolhida em duas iniciativas sob a categoria Projeto em Rede Regional, contemplando as professoras Eliane Pozzebon, do Departamento de Computação da UFSC Araranguá e Adriana Passarella Gerola, do Departamento de Química em Florianópolis. 

Os projetos têm como principal objetivo estimular o ingresso, a formação, a permanência e a ascensão de meninas e mulheres nas carreiras de Ciências Exatas, Engenharias e Computação. 

Conheça os projetos:

Meninas Digitais: Integrando Universidades, Institutos e Escolas

O projeto Meninas Digitais: Integrando Universidades, Institutos e Escolas é uma iniciativa coordenada pela professora Eliane Pozzebon com vigência de três anos, e será desenvolvido em parceria entre a UFSC, o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e o Instituto Federal Catarinense (IFC). O objetivo é promover a inclusão e a equidade de gênero e étnico-racial nas áreas de Ciências Exatas, Engenharias e Computação.

Com um enfoque estratégico, o projeto aborda diversas frentes, começando pela pesquisa de dados como as trajetórias de ingresso, formação, permanência e ascensão de meninas e mulheres nessas instituições (UFSC, IFSC e IFC), para identificar desafios e áreas prioritárias de ação. 

Envolve, ainda, a realização de palestras e campanhas de sensibilização, envolvendo a discussão de temas como evasão feminina em cursos de graduação e desigualdades estruturais nas carreiras científicas, visando conscientizar a comunidade acadêmica; e a realização de oficinas em escolas públicas, com atividades para aproximar estudantes de escolas públicas da ciência e tecnologia, reforçando o direito ao acesso ao conhecimento científico. 

“Queremos estreitar os laços entre as escolas públicas de Educação Básica e as instituições de ensino superior e pesquisa. A intenção é promover o acesso à ciência como um direito humano, visando reduzir as disparidades e incentivar o interesse das meninas por essas áreas”, diz a coordenadora.

Além disso, o projeto buscará fornecer apoio a meninas em situação de vulnerabilidade e extrema pobreza, promovendo ações específicas para mulheres em contextos de extrema pobreza,em busca de assegurar maior inclusão e oportunidades nas áreas tecnológicas.

Por fim, o projeto prevê a produção de conteúdos e atividades voltados à disseminação da ciência com uma perspectiva inclusiva e interdisciplinar.

Para a professora Eliane, será uma oportunidade transformadora. “Este projeto reafirma o compromisso da UFSC e das instituições parceiras com a equidade e a formação de um futuro mais diverso e inovador, impulsionando meninas e mulheres a ocupar espaços estratégicos no universo científico e tecnológico”, reforça.

Nanotecnologia na Química de Perfumes e Cosméticos: desafios da Ciência em busca de igualdade e sustentabilidade

A iniciativa que une ciência, tecnologia e inclusão Nanotecnologia na Química de Perfumes e Cosméticos: Desafios da Ciência em Busca de Igualdade e Sustentabilidade tem início previsto para fevereiro de 2025 e um financiamento de R$ 933 mil. O projeto promete, ao longo de três anos, transformar o panorama da participação feminina nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), ampliando horizontes e quebrando barreiras históricas.

Coordenado por Adriana Passarella Gerola, do Departamento de Química da UFSC, tem como público-alvo meninas e mulheres de escolas públicas, quilombolas e institutos de educação, além de professoras dessas instituições. “Queremos despertar o interesse pela ciência desde cedo e criar condições para que essas meninas vejam nas áreas STEM um espaço possível e acolhedor”, destaca Adriana.

Entre as instituições participantes estão a Escola Quilombola Toca, em Santa Cruz, a Escola de Educação Básica Leonor de Barros, o Instituto Estadual de Educação (IEE) e o IFSC Florianópolis, além de universidades como UFSC e a Universidade de Blumenau (FURB), e a empresa NanoScoping, que atua com nanotecnologia.

A iniciativa se estrutura em múltiplas frentes, incluindo a formação de professoras e ações de mentoria, com docentes do ensino fundamental e médio; projetos de pesquisa e divulgação científica; oficinas e atividades de popularização da ciência, realizadas em escolas públicas; debates sobre igualdade e empreendedorismo.

Adriana explica que cerca de 80% da equipe do projeto é composta por mulheres, incluindo as professoras Anelise Maria RegianiLuciana Passos Sá e Daniela Zambelli Mezalira, todas do Departamento de Química da UFSC. “Como pesquisadoras, entendemos as dificuldades, mas também conhecemos as conquistas que esse caminho proporciona. Queremos ser referência e inspiração”, reflete Adriana sobre o impacto do projeto.

Com o objetivo de estimular o ingresso, a permanência e a ascensão feminina nas áreas STEM, o projeto busca, sobretudo, reduzir as desigualdades de gênero e étnico-raciais, promover a inovação científica e fortalecer as redes de ensino e pesquisa.

“Este projeto é muito mais do que ciência; é uma oportunidade de mudança social e cultural. Estamos desafiando barreiras e plantando as sementes de um futuro mais igualitário e sustentável”, finaliza a professora.

O projeto, que ainda não possui um site oficial, será divulgado amplamente por meio de ações científicas e comunicativas ao longo de sua execução.

Fonte: Notícias UFSC