Enquanto cresce o número de estudantes especiais nas escolas, a qualidade do ensino ainda é um desafio a ser vencido, segundo especialista para Jornal USP
Os dados do Censo Escolar de 2023, realizado pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apontam para um aumento expressivo nas matrículas de estudantes da educação especial, que ultrapassaram 1,7 milhão no último ano. Esse avanço reflete um maior acesso às instituições de ensino, mas, segundo a professora Cristina Pedroso, do curso de Pedagogia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, apenas a ampliação do número de matrículas não basta. “É preciso garantir que essa educação seja ofertada com qualidade e atenda às necessidades específicas de cada aluno”, destaca.
A educação inclusiva, como explica Cristina, é um compromisso global firmado a partir da Conferência Mundial de Educação para Todos em 1990, na Tailândia, e tem avançado no Brasil com políticas que buscam assegurar acesso, permanência e qualidade nos processos escolares para todos os alunos, incluindo aqueles com deficiência, transtornos do espectro autista e altas habilidades ou superdotação. No entanto, os desafios ainda são grandes, especialmente na formação docente e na estruturação das escolas.
Desde a década de 1990, o Brasil tem acumulado avanços e retrocessos no campo da educação inclusiva. “A formação de professores, a oferta de recursos humanos, materiais e tecnológicos e o financiamento adequado são questões ainda insuficientemente resolvidas”, afirma. Segundo ela, as escolas enfrentam dificuldades para se reorganizarem física, pedagógica e filosoficamente para atender às demandas inclusivas. “As crianças encontram contextos despreparados, e os professores lidam com falta de recursos e formação insuficiente”, aponta.
Leia na íntegra: Jornal da USP