Com a presença do presidente da Apufsc, evento reuniu líderes sindicais para debater os principais desafios da educação nos países de língua portuguesa
O Proifes-Federação participou ativamente do Seminário Internacional da Educação, organizado pela Confederação Sindical de Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE), em Fortaleza, Ceará, nos dias 29 e 30 de outubro. O evento, que também celebrou os 25 anos da CPLP-SE, reuniu líderes e representantes sindicais para debater os principais desafios da educação nos países de língua portuguesa.
Carlos Alberto Marques, diretor de Políticas Educacionais do Proifes e presidente da Apufsc-Sindical, coordenou a mesa sobre carreira e valorização do magistério, reforçando a importância de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da educação e à valorização dos docentes. “Este seminário tem sido muito positivo, integrando entidades sindicais que têm muito em comum”, destacou.
O diretor de Assuntos Educacionais do Magistério Superior do Proifes, Geci Silva, também participou das mesas de debate, ressaltando questões importantes para a carreira docente no ensino superior no Brasil, como o processo de ingresso e a distribuição de recursos, e defendendo a regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estabeleceria uma data-base para os docentes.
Debates sobre a escassez de professores
Outro tema central do seminário foi a escassez de professores e a precarização da carreira docente, pautado em dados do Relatório da Unesco que apontam uma alarmante falta de educadores em diversos países, incluindo o Brasil. Guilherme Sachs, membro do Conselho Deliberativo do Proifes, reforçou que este “apagão” de docentes só poderá ser enfrentado com investimentos significativos e com a valorização da profissão. “É fundamental entender a educação como um projeto estratégico de desenvolvimento do Estado”, afirmou.
A segunda-secretária do Proifes, Adnilra Sandeski, alertou sobre a alta proporção de professores temporários, que chega a representar até 80% do quadro em algumas regiões, o que afeta diretamente a qualidade do ensino. “Precisamos avançar na valorização dos professores e garantir o cumprimento do piso salarial. É fundamental fortalecer a educação brasileira e repensar seu financiamento, com mais investimentos na contratação de docentes”, afirmou.
Carta do Proifes-Federação
O Proifes-Federação apresentou também um documento aprovado pela Diretoria executiva da entidade com propostas a serem incorporadas à carta final do Seminário, em que são defendidos dez pontos:
- O multilateralismo na abordagem de problemas e tensões internacionais;
- Reforma das Nações Unidas e do seu Conselho de Segurança (assento do Brasil como membro permanente e adoção do português como língua oficial da ONU);
- Taxação dos super-ricos para um fundo mundial de combate à fome;
- Combate e criminalização do trabalho escravo e ao trabalho infantil, com penas severas de acesso a fundos de financiamentos (FMI, BID, BM, Brics, etc) a Estados do G20;
- Combate e criminalização do desmatamento, com penas severas de acesso a fundos de financiamentos (FMI, BID, BM, Brics, etc) a Estados do G20;
- Pacto do G20 por uma agenda de transição energética renovável, com prazos mais curtos e a proibição dos combustíveis fósseis a partir antes da metade desse século;
- Educação ambiental (incluindo a educação climática) na educação básica, em todos os países do G20;
- Valorização dos profissionais da educação, por meio da garantia de condições dignas de trabalho, com remunerações dignas e justas, e a instituição legal de carreira de Estado aos profissionais da educação;
- Uso de tecnologias educacionais centradas nas pessoas e de preferências públicas e com controle social da comunidade escolar;
- Uma educação inclusiva e democrática, acessível a todas as pessoas, sem discriminação.
Além de Bebeto, participaram do Seminário representando o Proifes a diretora de Direitos Humanos, Rosangela Oliveira; o diretor de Ciência e Tecnologia, Ênio Pontes; o diretor de Assuntos Educacionais do Magistério Superior, Geci Silva; a segunda-secretária, Adnilra Sandeski; e os integrantes do Conselho Deliberativo Dárlio Teixeira, Lúcio Olímpio, Guilherme Sachs e Geovana Reis.
Fonte: Proifes