Objetivo do estudo é avaliar o potencial de mercado e definir linhas de negócio que colocarão o terminal na vanguarda da eficiência logística
O Laboratório de Transportes e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (LabTrans/UFSC) firmou um contrato para o desenvolvimento de um plano de negócios para o Terminal de Uso Privado (TUP) do munícipio de Luís Correia, no Piauí. A parceria foi realizada com a Companhia Porto Piauí, autoridade portuária do estado, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu). Em construção, o TUP de Luís Correia é considerado estratégico para redefinir a logística portuária no Nordeste brasileiro e tem expectativa de movimentar R$ 300 milhões por ano na economia local.
A construção do TUP foi determinada no dia 9 de outubro, após o Governo do Estado do Piauí fechar um contrato de R$ 543 milhões com o Ministério de Portos e Aeroportos. A previsão é que o terminal desempenhe um papel fundamental no escoamento de cargas da hidrovia da Bacia do Parnaíba, facilitando a exportação de produtos e a importação de combustíveis e fertilizantes. Com um espaço de mais de 578 mil m², o terminal será desenvolvido em três fases, sendo que a primeira, prevista para começar em 2025, contará com um investimento de R$ 500 milhões, a ser realizado em parceria com o setor privado.
De acordo com o LabTrans, o objetivo do estudo é avaliar o potencial de mercado e definir linhas de negócio que colocarão o terminal na vanguarda da eficiência logística, identificando oportunidades e analisando custos logísticos por natureza de carga. A Fapeu fará a gestão administrativa e financeira do trabalho, que ocorrerá até julho de 2025. O projeto prevê a realização de estudos aprofundados de mercado, a identificação de rotas de escoamento estratégicas e o levantamento de custos logísticos, culminando na definição de linhas de negócio e na estruturação de um portfólio de projetos que prometem impulsionar a eficiência operacional do terminal.
A equipe da UFSC esteve na Companhia Porto Piauí nos dias 15 e 16 de outubro, para realização de reuniões de apuração dos dados primários e visita às obras do porto em Luís Correia. O coordenador de projetos do LabTrans e especialista em transportes, Jece Lopes, explica que o plano de negócio tem a função de ser norteador. “O que está no campo das ideias dos gestores será sistematizado para que a organização possa percorrer em seu projeto em três linhas: a definição das linhas de negócio, a estruturação da carteira de clientes e a priorização de projetos, abrangendo os passos a curto, médio e longo prazo”, diz.
Segundo o diretor comercial da Porto Piauí, Igor Pontes, a proposta é que a iniciativa não apenas consolide a posição do TUP de Luís Correia no cenário regional, mas também estabeleça novos padrões de excelência em operações portuárias. “O plano de negócio é um excelente instrumento de planejamento, com foco no levantamento das áreas operacionais prioritárias e vocacionais de uma infraestrutura de transporte. De posse desse estudo, teremos mais clareza sobre quais cargas devemos priorizar e quais parceiros e empresas devemos atrair para operar em nossa infraestrutura portuária”, afirma.
Para a comunidade local e para o estado do Piauí, o projeto significa a perspectiva de crescimento econômico, com a movimentação de R$ 300 milhões anuais, e o fortalecimento da infraestrutura logística, elementos cruciais para a atração de investimentos e para o desenvolvimento sustentável da região. “Por meio de dados científicos, primários e secundários, nossa área comercial terá amparo no estudo para atuar na prospecção de negócios para o TUP de Luís Correia. Teremos acesso a um robusto banco de informações que nos apresentará não apenas um mapa de inúmeras oportunidades comerciais para o porto, mas também o detalhamento de todas as nossas vantagens competitivas frente aos demais portos”, argumenta o diretor comercial da Porto Piauí, Igor Pontes.
Com mais de duas décadas de dedicação à pesquisa e ao desenvolvimento em transportes e logística, os responsáveis avaliam a participação do LabTrans da UFSC como um diferencial significativo para a parceria. Segundo os participantes do LabTrans, o laboratório, criado pelo e professor Amir Mattar Valente, possui um histórico de contribuições valiosas para a formação de profissionais de alto calibre e para o avanço técnico no setor.
Fonte: Notícias UFSC