Casos de bullying, racismo e discriminação social contra alunos bolsistas em escolas particulares são frequentes e afetam a saúde mental dos estudantes
“Os professores sequer me davam atenção e muitos colegas não falavam comigo”, se lembra a advogada Bruna Secreto, da época em que estudava em uma escola particular, em Ananindeua, no Pará. Ela fazia parte de um grupo de alunos bolsistas e cursou todo o ensino médio na mesma turma que alunos pagantes. “Até os funcionários me tratavam como se eu fosse de ‘segunda categoria’”, diz.
Foi também durante a adolescência, que o advogado Pedro Rocha começou a se incomodar com o tratamento da escola em que estudava como bolsista, no Rio de Janeiro. “Eu não entendia aquilo como discriminação, porém, ao me conscientizar, entendi do que se tratava”.
Os dois sentiram a falta de acolhimento no ambiente escolar. Eles contam que, por serem estudantes de baixa renda e não circularem nos mesmos ambientes externos que os alunos pagantes, não recebiam a mesma atenção. “Não havia um canal para falar sobre isso, porque ninguém se importava”, recorda Bruna. Já Pedro diz que, nos anos 2000, ainda não tinha acesso aos canais de denúncia sobre bullying e racismo, violência que afirma sofrer até hoje. “Já fui ministrar aulas de pós-graduação em uma universidade e não me deixaram entrar, porque o porteiro achou que eu era motorista de aplicativo”, conta.
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