Extremos climáticos criam nova desigualdade entre alunos que disputam o Enem

Das enchentes no Rio Grande do Sul à seca no Norte e no Nordeste, alunos de regiões vulneráveis relatam rotina prejudicada para estudar para exame, revela O Globo

Lara Rakowski Mota, de 17 anos, perdeu a casa e a escola. Foi em abril, quando o Rio Grande do Sul viveu a maior tragédia climática em área da história brasileira. O lugar onde a jovem vivia foi completamente inundado, e a família só sobreviveu porque subiu no telhado, montou uma barraca de camping e esperou pelo resgate. Em terra firme, foram dois meses até recuperar seu quarto, e três com aulas remotas. Independentemente dos obstáculos, nos próximos dias 3 e 10 de novembro, ela vai competir por uma vaga nas universidades mais concorridas do país através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O exemplo da jovem de Eldorado do Sul mostra uma nova forma de desigualdade educacional que vem ganhando força nos últimos anos: com o aumento das ocorrências e da intensidade de eventos climáticos extremos — o Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz aponta que o número de pessoas afetadas por desastres ligados ao clima o número de afetados passou de 21 milhões para 48 milhões entre 2020 e 2023 — alunos de áreas vulneráveis a esses episódios vivem sob o constante risco de terem suas preparações prejudicadas ou até serem impedidos de realizar a prova.

Leia na íntegra: O Globo