CNPq e Unesco oferecem 50 bolsas de doutorado no Brasil para pesquisadores de países em desenvolvimento

Áreas de conhecimento contempladas pelo programa estão alinhadas às necessidades estratégicas do Brasil em ciência, tecnologia e inovação

Pesquisadores de países em desenvolvimento, com exceção do Brasil, interessados em realizar doutorado pleno em instituições brasileiras podem se inscrever até 31 de janeiro de 2025 na chamada em parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Academia Mundial de Ciências (TWAS) da Unesco.

A iniciativa faz parte do programa conjunto de bolsas CNPq/Unesco/TWAS previsto em um Acordo de Cooperação assinado em janeiro de 2024, que deu continuidade à parceria entre o CNPq e a TWAS firmada em 2004, com o objetivo de promover a cooperação científica e tecnológica entre países em desenvolvimento, especialmente no campo das ciências naturais

O programa, que será financiado com um total de R$ 8,6 milhões pelo CNPq, oferecerá até 50 bolsas de doutorado. Além disso, a TWAS fornecerá apoio financeiro para despesas relacionadas a vistos e passagens aéreas para os bolsistas. O auxílio incluirá até 250 dólares para procedimentos de visto no país de origem e dois bilhetes de viagem (ida e volta) entre o país de origem e a instituição anfitriã no Brasil. Somente os programas de pós-graduação avaliados com nota 5, 6 e 7 pela Capes estão autorizados a receber estudantes e pesquisadores através deste programa de bolsas. 

As áreas de conhecimento contempladas pelo programa CNPq/TWAS estão alinhadas às necessidades estratégicas do Brasil em ciência, tecnologia e inovação, abrangendo temas com grande potencial tecnológico e inovador. As áreas de interesse incluem ciências agrárias, biologia estrutural e molecular, sistemas biológicos e organismos, ciências médicas e da saúde, ciências químicas, ciências da engenharia, astronomia, ciências da terra, matemática, física, ciências sociais e econômicas, além de computação e tecnologia da informação.

A chamada tem como objetivos colaborar com países em desenvolvimento na formação de pesquisadores; promover o avanço científico e tecnológico em áreas estratégicas; incentivar a internacionalização de universidades brasileiras; e criar redes de cooperação entre cientistas estrangeiros e instituições brasileiras. O programa também busca promover a educação e a divulgação científica para o público em geral, envolvendo escolas, museus, centros de ciência, zoológicos e outras instituições dedicadas à popularização do conhecimento.

Para garantir a inclusão de um maior número de países, o programa reserva pelo menos 10% das vagas para candidatos de países menos desenvolvidos, cuja lista pode ser consultada nos sites do CNPq e da TWAS. Além disso, mulheres pesquisadoras são incentivadas a se inscrever, reforçando o compromisso com a igualdade de gênero na ciência. Vale ressaltar que pesquisadores e estudantes brasileiros, mesmo os com dupla nacionalidade, não são elegíveis para esta chamada, mas podem participar de outros programas de bolsas da TWAS.

Parceria CNPq e Unesco

Nos últimos 13 anos, a parceria entre a CNPq e a TWAS já beneficiou 337 bolsistas de 29 países, majoritariamente do continente asiático. Ao longo desse período, foram investidos mais de R$ 31 milhões, destinados ao pagamento de bolsas, taxas de pesquisa e auxílios para deslocamento.

Essa colaboração estratégica é essencial para alinhar a política externa brasileira com o desenvolvimento científico e tecnológico por meio de programas de formação de pesquisadores estrangeiros no Brasil. Áreas como química, física e ciências biológicas, que têm grande demanda no programa, são especialmente fortalecidas.

O programa de bolsas CNPq/TWAS proporciona um benefício duplo: permite que os pesquisadores estrangeiros desenvolvam soluções para problemas regionais, contribuindo para o avanço de seus países, ao mesmo tempo em que promove a internacionalização das instituições brasileiras, criando redes de pesquisa e parcerias científicas que aceleram o potencial de inovação do Brasil.

Fonte: CNPq