Marina Silva defende que Brasil não use fundo contra aquecimento e quer metas mais ambiciosas de redução no efeito estufa

Ministra é a favor de que o país renuncie a recursos de US$ 100 bilhões previstos pelo Acordo de Paris

Discussões no G20 ajudarão a pavimentar o caminho para a COP30, em Belém, em 2025. Mas, antes disso e da COP29, em Baku, no Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro, o Brasil deverá apresentar metas mais ambiciosas de redução de emissões de gases-estufa (as NDCs), afirma a ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva. Ela destaca que o país elabora o Balanço Ético Global, um instrumento que poderá fazer avançar a transição justa para a descarbonização da economia. E diz que defende que o Brasil renuncie a buscar recursos do fundo de US$ 100 bilhões previsto pelo Acordo de Paris para beneficiar países de renda média baixa.

O G20 e as COPs

O G20 no Brasil tem a marca muito forte da questão climática, do combate da desigualdade e do financiamento. Mas o G20 e as COPs são processos independentes, que se retroalimentam. No G20 estão as 20 maiores economias, que respondem por 80% das emissões e 80% dos recursos financeiros do mundo. É um processo político muito mais de articulação, de aprofundamento de propostas. Pode alavancar, por exemplo, o pagamento por serviços ecossistêmicos, que já vem sendo discutido nas COPs. Se algumas das economias mais poderosas implementarem alguma dessas questões, vão fazer a diferença. E vai se criando um caldo de cultura que pode transbordar para outros processos. Saímos da COP28 com a missão de triplicar o uso de energias renováveis e duplicar a eficiência energética. Isso é uma agenda de poder público e de setor privado. Se as 20 maiores economias resolvem considerar essas decisões da COP em suas ações e planejamentos, será muito importante.

Leia na íntegra: O Globo