*Por Raul Valentim da Silva
Estamos todos acostumados a ver nosso estado, nossa cidade e nossa universidade em posições de destaque em relação a relevantes temas socioculturais. Santa Catarina tem raízes migratórias e ambientes geográficos que permitiram alcançar uma salutar e profícua diversidade socioeconômica. Assim, as atuais taxas de desemprego em Santa Catarina são as menores do Brasil. Estamos na realidade em situação de pleno emprego.
Segundo recente projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira deverá começar a encolher em 2042. No vizinho Rio Grande do Sul esta redução poderá começar já em 2027. Santa Catarina, com o maior prazo do Brasil, deverá ter crescimento populacional até 2064.
Utilizando uma metodologia internacional, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), que também se ocupa da propriedade intelectual, começou a calcular e divulgar o Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), para retratar o cenário brasileiro de inovação. Santa Catarina ficou em um brilhante segundo lugar, atrás apenas de São Paulo. Superamos nossos vizinhos, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Múltiplos outros exemplos destacam Santa Catarina. A capital dos catarinenses, apesar de suas desvantagens em termos populacionais, também mostra sua relevância de diversas formas. Assim, a 10ª edição do Ranking Connected Smart Cities que avalia 74 indicadores de mais de 650 municípios com população acima de 50 mil habitantes, divulgada em 03/09/24, colocou Florianópolis na liderança nacional. Na região sul, cinco municípios catarinenses situam-se nas 10 primeiras posições deste ranking.
Florianópolis também foi, no início de setembro, agraciada, por uma lei federal, como “Capital Nacional da Startups”. A inovação promovida por estas organizações gerou um crescimento do ISS na capital catarinense de cerca de 85% nos últimos quatro anos, capaz de propiciar benefícios para seus moradores. Florianópolis foi classificada, também no início de setembro, como a nona classificada no ranking de eficiência da Folha de São Paulo, dentre 5276 municípios brasileiros analisados (95% do total).
Em agosto passado, o Centro de Liderança Pública (CLP) divulgou um novo ranking de competitividade envolvendo os 404 municípios com mais de 80 mil habitantes e utilizando 65 indicadores. Nesta quinta edição da disputa Florianópolis repetiu a primeira colocação, sendo seguido por São Paulo, Vitória e Porto Alegre.
Sem falsa modéstia, podemos creditar um bom percentual desses relevantes sucessos catarinenses às contribuições da UFSC e de seus egressos. Professores da ativa e aposentados devem se sentir orgulhosos do trabalho desenvolvido. Santa Catarina e sua capital estão na vanguarda de muitos processos de ampla e significativa repercussão nacional. Podemos citar o movimento cooperativista como um bom exemplo. No campo educacional, a UFSC vem formando muitos professores que atuam no sistema Acafe, nos Institutos Federais (IFSC e IFC) e na UFFS.
A UFSC também tem destacada luz própria no sistema universitário brasileiro. Rankings nacionais e internacionais posicionam nossa Universidade entre as melhores do Brasil e da América Latina. As universidades paulistas, contando com a pujança multissetorial de São Paulo e os volumosos recursos da Fapesc, que propiciam elevadas contrapartidas, podem levar vantagem. Nas demais federais em geral só perdemos para as três grandes (UFMG, UFRGS e UFRJ) que se situam em estados e cidades com maior potencial socioeconômico e político.
Felizmente estamos em Florianópolis e somos professores da UFSC. Temos também destacada atuação de vanguarda no movimento docente. A Apufsc deu uma significativa contribuição para a criação da Andes, que proporcionou um importante avanço das IFs no processo de autonomia em relação ao sistema político-partidário nacional.
Infelizmente, o sindicato nacional continua adotando processos deliberativos considerados atualmente ultrapassados e pouco democráticos e a Apufsc passou a construir novos caminhos sindicais e associativos para o movimento docente, utilizando as modernas tecnologias de comunicação, que agora estão disponíveis.
*Raul Valentim da Silva, associado fundador da Apufsc e membro do Conselho de Representantes