Brasil produz 6,3 mil estudos sobre Inteligência Artificial

Segundo relatório da Clarivate, País está entre as 20 nações com mais publicações sobre o tema entre 2019 e 2023

O Brasil está entre os 20 países com maior volume de pesquisa em Inteligência Artificial (IA), totalizando 6.304 publicações científicas registradas no período de 2019 a 2023, conforme o relatório divulgado no dia 15 de agosto. Os dados foram apresentados durante um evento realizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a editora norte-americana Clarivate.

A Capes e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) são responsáveis pelo financiamento de 4,6 mil dessas publicações. O relatório descreve que a pesquisa sobre IA se desenvolve de forma rápida e abrange diversas disciplinas acadêmicas. Segundo trecho do relatório, “Pesquisadores estão explorando novos métodos para melhorar a precisão, a eficiência e a implantação ética da IA”.

O estudo, lançado durante o seminário Inovações e Tendência: Novas tecnologias, inteligência artificial e desafios da pesquisa no Brasil, revela que o País ocupa a 13ª posição mundial em produção de artigos científicos, com 458.370 textos publicados no período. O ranking é liderado pelos Estados Unidos, China e Reino Unido.

De acordo com o documento, intitulado “Panorama das Mudanças da Pesquisa no Brasil”, também há um aumento da produção de artigos científicos com a colaboração entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros. O total de publicações subiu de 28% para 38% entre 2014 e 2023.

Marisa Ruccolo, diretora de Customer Success da Clarivate, destacou que: “O Brasil demostra pontos fortes em áreas estratégicas de pesquisa. Aproveitá-los pode impulsionar ainda mais o crescimento e melhorar os resultados das pesquisas no País”, afirmou durante a apresentação do relatório.

O relatório apresentado em 2024 é uma atualização do documento publicado em 2019 e inclui a análise da produção científica brasileira. A edição tem a influência dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da ciência e dos dados abertos no crescimento das publicações acadêmicas.

Segundo o relatório, em nove dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) como meta para 2030, o Brasil tem mais publicações científicas sobre os temas do que a média dos Brics. O País se destaca principalmente em relação a estudos sobre combate à fome e clima.

Denise Pires de Carvalho, presidente da CAPES, enfatizou que a pesquisa precisa de investimento adequado e que a parceria com a Clarivate é fundamental para a ciência e a garantia da excelência das atividades acadêmicas no País. “O cientista tem pátria, mas a ciência não. Precisamos ter a nossa ciência parametrizada em relação à internacional, com o que está acontecendo no mundo, para atingirmos o sonhado nível de desenvolvimento. Não há país no mundo que tenha se desenvolvido sem produção de conhecimento e sem profissionais altamente qualificados para exercer diferentes funções”, destacou. 

A parceria entre Clarivate e a Capes, que dura há 22 anos, visa apoiar a ciência aberta, a integridade da pesquisa e a inovação. “Nossa finalidade é conectar pessoas e organizações a informações inteligentes e confiáveis”, salientou Boe Horton, vice-presidente da Clarivate.

Luiz Antonio Pessan, diretor de Programas e Bolsas no País da Capes, observou que o relatório ressalta as áreas de pesquisa em que o Brasil tem se destacado em relação às publicações científicas. “Isso vai dar apoio e respaldo no rumo das políticas públicas que o País precisa dar mais atenção de investimentos”. A coordenadora-geral do Portal de Periódicos e Informação Científica da Capes, Andréa Vieira, salientou a ampliação do diálogo com a comunidade científica. ”Estamos construindo um ecossistema de comunicação científica mais robusto, com visibilidade e impacto, mostrando a relevância da ciência para a melhoria de vida das pessoas”.

O documento apresenta dados sobre a produção científica, as áreas do conhecimento com mais publicações, os pesquisadores citados e o ranking do Brasil na posição da ciência no mundo. A publicação pode ser acessada através deste link.

Durante o seminário, foram promovidos debates sobre pesquisas de alto impacto, a importância dos dados, os avanços e os desafios da pesquisa na era da inteligência artificial. Também foram discutidas formas de elevar a posição da instituição de ensino e pesquisa no cenário da ciência global. A íntegra do evento está no canal da Capes no Youtube.

Fonte: CGCOM/CAPES