Desempenho no ensino fundamental ficou acima das médias nacional e estadual; CA da UFSC tem a terceira melhor nota entre as escolas públicas de Florianópolis
Dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) mostram que o Colégio de Aplicação (CA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) teve uma leve melhora na nota dos anos iniciais do ensino fundamental (+0,1) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023, com 6,8 pontos, e queda nos anos finais (-0,3), com 5,4 pontos. Apesar das variações, o colégio se manteve acima das médias nacional e estadual, e tem a terceira melhor nota entre as escolas públicas de Florianópolis.
O objetivo do Ideb é medir a qualidade do aprendizado no Brasil e estabelecer metas para a melhoria do ensino. O índice é calculado a cada dois anos a partir da taxa de rendimento escolar (aprovação) e dos resultados dos estudantes nas provas de Matemática e Língua Portuguesa do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Em 2021, o Colégio de Aplicação não teve o índice calculado. Assim, em comparação com 2019, a nota do CA no Ideb entre o 1º e o 5º ano passou de 6,7 para 6,8 em 2023. A pequena melhora foi impulsionada pela taxa de aprovação do colégio, que alcançou 100% e conseguiu compensar a piora no desempenho em Matemática no Saeb. Já entre o 6º e o 9º ano, o aumento na aprovação não foi suficiente para superar a piora na prova, e a pontuação caiu de 5,7 para 5,4.
O ensino médio do Colégio de Aplicação da UFSC não é pontuado no Ideb, pois o número de estudantes que realizam a prova do Saeb é considerado insuficiente para a divulgação dos resultados.
Para Hamilton de Godoy Wielewicki, diretor do Centro de Ciências da Educação (CED), é preciso cautela diante de “avaliações de larga escala, rankings e de conclusões apressadas que podem ser tiradas nesse contexto”. Com uma nova gestão recém-empossada no Colégio de Aplicação da UFSC, ele acredita que os resultados do Ideb serão analisados para entender “em que medida há uma confluência ou divergência com as expectativas que a escola tem a esse respeito”.
Wielewicki ressalta que será necessário considerar, por exemplo, os impactos da pandemia sobre a aprendizagem, bem como as condições estruturais a partir das quais a escola opera. “De qualquer modo, essa análise precisa ser rigorosa e cautelosa na mesma medida, buscando correlações com a perspectiva e as expectativas que a escola tem de si própria”, pontua. O diretor do CED acrescenta que “apropriar-se do resultado é um passo inicial para pensar se e, eventualmente, o que pode ou precisa ser feito no cotidiano da escola em termos dos índices obtidos”.
Acima da média estadual e nacional
Ainda de acordo com o Ideb de 2023, o Colégio de Aplicação da UFSC obteve uma nota 0,8 ponto maior do que a média do Brasil nos anos iniciais e 1 ponto nos anos finais. O resultado também foi positivo em comparação com Santa Catarina, ficando 0,4 e 0,2 pontos acima da média do estado. Esse feito se repete desde o início da série histórica do índice, em 2007.
Já em relação às metas nacional e estadual, o CA superou o objetivo somente nos anos iniciais. A última meta, estabelecida em 2021, projetava para o Brasil 6 pontos entre o 1º e o 5º ano e 5,5 pontos entre o 6º e o 9º ano. Em Santa Catarina, esperava-se médias de 6,5 e 6,2, respectivamente. Considerando apenas as redes públicas pontuadas, a meta do estado catarinense foi alcançada por apenas 37,9% das escolas nos anos iniciais e 7,8% nos finais.
3ª melhor entre as escolas públicas de Florianópolis
De acordo com as notas por escola, o Colégio de Aplicação da UFSC tem o terceiro melhor desempenho no ensino fundamental entre as instituições públicas de Florianópolis. Os dados divulgados pelo Ideb, discriminados por escola, não contemplam as notas das redes privadas.
Anos iniciais
EEB Costa de Dentro 7,8 pontos
EBM Mâncio Costa – Escola do Futuro 6,9 pontos
Colégio de Aplicação UFSC 6,8 pontos
EBM Jurerê 6,8 pontos
Anos finais
EEB Feliciano Nunes Pires 6,6 pontos
EBM João Alfredo Rohr 5,5 pontos
Colégio de Aplicação UFSC 5,4 pontos
EBM Tapera Escola do Futuro 5,4 pontos
Karol Bernardi
Imprensa Apufsc