*Por Alberto Groisman
Sou aposentado, e no momento devo dizer não sou associado da Apufsc. Entretanto ainda orbito a universidade e o movimento sindical. Há algumas semanas, resolvi tomar uma atitude diante de descalabros e inconsistências que venho notando na prestação de serviços do plano de saúde ao qual estou vinculado: propor às organizações associativas de servidores um encontro público para levantar experiências e encaminhamentos quanto aos planos de saúde que atendem à coletividade da UFSC.
Para citar algumas ocorrências que eu mesmo posso registrar:
– Médicos credenciados requerendo uma profusão de exames sem o devido atendimento clínico e avaliação de prognóstico;
– Clínicas solicitando por whatsapp – previamente à consulta agendada – os sintomas que provocaram o pedido de agendamento;
– Clínicas desdobrando em vários, parece que para aumentar lucros, um procedimento prescrito por médico;
– Atendimentos de médicos de cinco minutos em consultório;
– Agendamento com demora de meses para consulta;
– Desconhecimento ou omissão de todas as opções de tratamento disponíveis;
– Propostas de tratamento “paralelo” pago, como alternativo em relação ao ofertado pelo plano de saúde;
– Excessiva burocracia para reembolsos e agendamentos de consultas com especialistas que não se consegue agendar pelo guia médico;
Enfim, problemas de ética, mercantilização, competência, abuso, ocorrendo de forma exacerbada e recorrente.
Todos estes, que penso devem ser registrados publicamente neste encontro, e num manifesto, formalmente comunicados à administração dos planos de saúde para providências e ajuste das condutas dos prestadores de serviço.
Então, por prudência, me perguntei se era só comigo que estavam acontecendo estes os problemas. Pensei que precisava ter mais conhecimento sobre o assunto.
Então como mencionei cheguei à conclusão que um primeiro passo seria propor/organizar um encontro da categoria. Teria como fim a partilha, avaliação e encaminhamentos das experiências, dificuldades e inconsistências que servidores da ativa e aposentados estão vivenciando ao recorrer aos planos de saúde na busca de qualidade de vida e saúde.
Também como mencionei, um encontro desta natureza poderia/deveria ser implementado por uma organização sindical.
Procurei a Apufsc-Sindical e a Seção Sindical da Andes-SC simultaneamente. Logo percebi que a Seção Sindical da Andes parecia inoperante. Me restou a Apufsc. Primeiro tentei por telefone contato com APUFSC. O telefone nunca atendia. Passei a tentar me comunicar por whatsapp.
Depois de algum tempo recebi uma resposta que era: que eu enviasse um email sobre o que queria exatamente (que anunciei desde o início seria falar com um(a) diretor (a) sobre a proposta do encontro).
Enviei o tal email. Me responderam que “explicasse” melhor minha solicitação. Argumentei que era uma simples conversa com um diretor para avaliar a viabilidade e pertinência de um encontro desta natureza. Insistiram que explicasse melhor.
Só depois de um email em que denunciava a omissão e a incompreensão, e o porquê tal resistência da diretoria a uma simples conversa, recebi uma mensagem de alguém ainda do staff da Apufsc informando que era quem tratava do assunto dos planos de saúde.
Nem respondi, não era uma “reclamação”, mas um encaminhamento político que não requeria mediações administrativas.
Pensei que uma organização sindical deveria colocar este tipo de contato como prioridade da diretoria. Pensei também que poderia ser porque no momento não estou filiado à Associação.
Mas, que minha proposta de encontro seria do interesse da coletividade. Cheguei à cogitação de que há ou Omissão, ou Negligência, ou ainda uma forma indireta, de Favorecimento dos planos de saúde na Apufsc.
Alguém pode me responder? Alguém teria interesse em organizar este encontro que proponho?
*Alberto Groisman é professor titular aposentado do Departamento de Antropologia da UFSC