Renato Janine Ribeiro defende a criação de mecanismos que proporcionem estabilidade ao custeio das instituições federais
Cortes sofridos pelos investimentos em ciência e tecnologia nos últimos anos causaram instabilidade no financiamento da produção científica nas universidades federais, limitando a sua capacidade de contribuir com a inovação tecnológica, afirma o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação.
Ele defende a criação de mecanismos que proporcionem estabilidade ao custeio das instituições federais, a exemplo do que é feito em São Paulo, onde recursos orçamentários destinados às universidades paulistas e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) são assegurados por parcelas das receitas estaduais, carimbadas desde os anos 1990.
Para Ribeiro, a ausência de mecanismos semelhantes na área federal prejudica especialmente os pesquisadores que dependem de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência e Tecnologia, e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação.
Apesar dos esforços do governo para recuperar o orçamento da área desde a volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, o presidente da SBPC teme que ela seja prejudicada pelos cortes que deverão ser feitos para equilibrar o orçamento do governo federal no próximo ano. “A indefinição sobre as áreas que serão atingidas é péssima, porque dificulta o planejamento”, afirma Ribeiro.
Leia na íntegra: Valor Econômico