Clair Castilhos, docente aposentada filiada à Apufsc-Sindical, foi a primeira vereadora de Florianópolis
O 13° seminário internacional Fazendo Gênero, realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com apoio da Apufsc-Sindical, encerrou na última sexta-feira, dia 2, com homenagens a mulheres que fazem parte da história do evento. Uma delas é a professora aposentada Clair Castilhos, que recebeu, na cerimônia de encerramento, o título de cidadã honorária de Florianópolis. A homenagem é de autoria e foi entregue pela vereadora Carla Ayres (PT).
“Clair é uma feminista que inspira todas nós”, disse Carla ao entregar o título. Ela acrescentou que, na carreira política, segue os passos que Clair trilhou.
A professora aposentada, farmacêutica-bioquímica e sanitarista, foi aplaudida de pé pelas pessoas que lotaram o auditório Garapuvu, no Centro de Cultura e Eventos Luiz Carlos Cancellier de Olivo. Em sua fala, ressaltou a “grande sororidade feminista” e afirmou se sentir honrada com o título de cidadã honorária.
Conforme o projeto que concedeu a honraria a Clair, ela foi “eleita vereadora por dois mandatos consecutivos (1983-1992), tendo se tornado a primeira mulher eleita vereadora na cidade. Também integrou o Conselho Nacional de Saúde (1997-2003) e o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (1994-2003); fez parte da delegação brasileira na Conferência Mundial da Mulher, em Beijing (China), promovida pela Organização das Nações Unidas (1995); atuou como secretária da Rede Nacional Feminista de Saúde – Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos (2011-2016)”.
A homenagem à professora foi a primeira de uma série de reconhecimentos que marcaram o encerramento do Fazendo Gênero. Na sequência, foram concedidos prêmios, como o Mulheragem, entregue a pessoas que se dedicaram aos 30 anos de história do seminário internacional – o maior do Brasil a debater o assunto que, nesta edição, reuniu cerca de 6 mil participantes na UFSC.
Conferência final com Débora Diniz
A conferência final do Fazendo Gênero 13 teve o tema “Esperança Feminista” e foi proferida por Débora Diniz, professora da Universidade de Brasília, pesquisadora e fundadora da Anis – Instituto de Bioética. Ela é conhecida nacional e internacionalmente por seus projetos em bioética, feminismo, direitos humanos e saúde. Dedica sua vida à defesa dos direitos das mulheres, das pessoas LGBTQIA+ e de outras minorias marginalizadas.
Conhecida pela luta pela descriminalização do aborto no Brasil, trabalhou incansavelmente para garantir acesso igualitário a saúde reprodutiva e aos serviços de planejamento familiar para todas as pessoas, especialmente para aquelas em comunidades marginalizadas e em situações de vulnerabilidade.
Por sua atuação, Débora tem sido ameaçada por grupos extremistas, o que impediu sua participação presencial no Fazendo Gênero. A conferência foi online para o auditório lotado.
Em sua fala, Débora ressaltou que “esperança não é otimismo: é a possibilidade concreta de transformação do real”, e defendeu a importância de “enfrentar as forças que querem o fim do mundo feminista”.
“É preciso desmantelar a maldade dos missionários do fim do mundo, desmantelar o que eles deixam como muro em nós”.
Assista à conferência na íntegra:
Imprensa Apufsc