Dois indicados pelo Proifes são nomeados pelo MEC como novos conselheiros do CNE

Heleno Gomes de Araújo Filho e Mônica Sapucaia Machado, indicados pelo Proifes, ocuparão cadeiras no Conselho Nacional de Educação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou 13 novos conselheiros para o Conselho Nacional de Educação (CNE), nesta segunda-feira, dia 5. O Proifes-Federação foi uma das entidades responsáveis por sugerir nomes a serem considerados para o Conselho. Dois dos seis nomes indicados pela Federação foram escolhidos pelo MEC. O CNE é um órgão colegiado do Ministério da Educação (MEC) que tem atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento ao ministro da Educação no desempenho de suas funções, assim como atribuições do poder público federal em matéria de educação. 

Heleno Manoel Gomes de Araújo Filho, graduado em Ciências Físicas e Biológicas é um dos nove novos Conselheiro da Câmara de Educação Básica (CEB). Já Mônica Sapucaia Machado, graduada em Direito, pós-graduação em Administração Pública, doutora e mestre em Direito Político e Econômico será conselheira na Câmara de Educação Superior (CES).

Para ser conselheiro no CNE é pré-requisito ser brasileiro de reputação ilibada que tenha prestado serviços relevantes à educação, à ciência e à cultura, conforme a Lei nº 9.131/1995. A indicação é resultado de uma lista elaborada por entidades que podem indicar nomes para a Câmara de Educação Básica e a Câmara de Educação Superior do Conselho, como previsto na Portaria nº 546/2024. A escolha e a nomeação são atribuição do presidente da República. Ao todo, o CNE conta com 24 conselheiros, sendo 22 representantes da sociedade civil e dois membros natos do MEC: os secretários de Educação Básica e de Educação Superior.  

O CNE é composto pelas Câmaras de Educação Básica e de Educação Superior, cujas indicações são feitas por entidades da sociedade civil. As atribuições do Conselho são normativas, deliberativas e de assessoramento ao ministro da Educação, no desempenho das funções e atribuições do poder público federal em matéria de educação, cabendo-lhe formular e avaliar a política nacional de educação, zelar pela qualidade do ensino, velar pelo cumprimento da legislação educacional e assegurar a participação da sociedade no aprimoramento da educação brasileira.  

Conheça os novos conselheiros do CNE:

Câmara de Educação Básica

Heleno Manoel Gomes de Araújo Filho [indicado pelo Proifes-Federação]
Graduado (licenciatura) em Ciências Físicas e Biológicas, com habilitação em Biologia, Heleno Filho é professor concursado da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco e da Rede Municipal de Paulista. Atuou no Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Pernambuco (Sintepe) e na Central Única dos Trabalhadores de Pernambuco (CUT-PE). Foi presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), secretário-geral da Confederação Sindical Educacional dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE) e coordenador do Fórum Nacional de Educação (FNE). Participou da organização de Conferências Nacionais de Educação para desenvolvimento e aprimoramento das políticas públicas no Brasil.  

Antonio Cesar Russi Callegari 
Sociólogo e pós-graduado em Sociologia e Política, Antonio Callegari é presidente do Instituto Brasileiro de Sociologia Aplicada (IBSA). Foi membro do Conselho Nacional de Educação de 2004 a 2018, no qual presidiu a Comissão de Elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Além de ter sido presidente da Câmara de Educação Básica por dois mandatos, é autor de pareceres, resoluções e diretrizes curriculares nacionais. Foi secretário municipal de Educação de São Paulo no período de 2013 a 2014, bem como secretário da Educação Básica do MEC, em 2012. Foi responsável pela construção do Pacto Nacional pela Alfabetização da Idade Certa e já ocupou o cargo de secretário-executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, de 2003 a 2004. Atuou como deputado estadual por São Paulo de 1995 a 2003 e como secretário estadual adjunto da Cultura de São Paulo entre 1988 e 1991. Presidiu o Conselho de Administração da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) de 2003 a 2004. Ademais, foi diretor do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (UniFMU) em 2003.   

Cleunice Matos Rehem 
Doutora Honoris Causa pelo Centro Universitário de Belas Artes de São Paulo (Belas Artes/SP) e mestre em Ciências da Educação pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Cleunice Matos Rehem tem especializações lato sensu em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e em Pedagogia pela Feba-BA. Foi integrante e colaboradora da Cátedra de Educação Básica do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP) de 2022 a 2023. Trabalhou como diretora-presidente da Associação Fórum Nacional das Mantenedoras de Instituições de Educação Profissional e Tecnológica (Brasiltec) e foi membro do Conselho Deliberativo do Fórum Brasil Educação. Atuou enquanto diretora-presidente do Instituto Álamo, membro do Conselho Científico da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), de 2017 a 2023. Além disso, Rehem foi assessora da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC) entre 2016 e 2018, durante o governo de Michel Temer, e assessora especial da Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil da Presidência da República, de 2014 a 2016. A trajetória profissional de Rehem no MEC também inclui a coordenação-geral de Regulação da Educação Superior a Distância no período de 2011 a 2014, tal como a coordenação-geral de Fluxos e Processos Regulatórios da Educação Superior (2008/2011).  

Gastão Dias Vieira 
Presidente da Comissão Especial do Plano Nacional de Educação (PNE), Gastão Vieira é graduado em direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) desde 1969. Concluiu sua pós-graduação no ano de 1970, em Técnico em Problemas de Desenvolvimento Econômico, pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), da Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, especializou-se em Direito de Empresa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), em 1978. Ocupou cargos como secretário-executivo do Programa Grande Carajás (1984); deputado estadual (1987-1994); secretário de Estado de Planejamento (1991-1994); secretário de Estado de Educação (1995-1998). Em 1995, foi também presidente da Fundação Amparo à Pesquisa do Maranhão (Fapema), além de deputado federal (1995-2022). Presidiu a Comissão Permanente de Cultura da Câmara dos Deputados (2001-2002); a Comissão de Educação, Cultura e Desportos da Câmara dos Deputados (2003 e 2006); e a Comissão Especial do Programa Universidade para Todos (Prouni), de 2004 a 2005. Atuou como secretário de Estado do Planejamento (2006-2007); analista de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPQ) de 1975 a 2014; ministro do Turismo (2011-2014). De março a dezembro de 2016, presidiu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).   

Givânia Maria da Silva   
Doutora em Sociologia (2012) e mestra em Educação (2007) pela Universidade de Brasília (UnB), Givânia da Silva possui especialização em Programa em Ensino de Língua Portuguesa pela Faculdade de Formação de Professores de Petrolina (FFPE) desde 2005, bem como em Desenvolvimento Local (2020). Graduou-se em Pedagogia no ano de 1996, mas também é licenciada em Letras pela Faculdade de Ciências Humanas do Sertão Central (Fachusc). Além de ser cofundadora da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Silva coordenou a regularização fundiária dos territórios quilombolas no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de 2007 a 2015. Foi secretária nacional de Políticas para Comunidades Tradicionais da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) de março de 2015 a maio de 2016. Além disso, em 2020, atuou no Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) do Brasil.  

Câmara de Educação Superior

Mônica Sapucaia Machado [indicada pelo Proifes-Federação]
Com graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2005) e pós-graduação em Administração Pública pela Fundação Getulio Vargas (2008), Mônica Machado é doutora e mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com títulos reconhecidos pela Universidade Nova de Lisboa. Atualmente, desenvolve pesquisas financiadas pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), focadas em políticas públicas de educação para formação de mão de obra qualificada na indústria verde e análise das oportunidades da revolução 4.0. Também é professora permanente e coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Direito no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), bem como professora visitante na Universidade Presbiteriana Mackenzie, na Escola de Direto do Brasil e no Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM). Machado é autora do livro Direito das Mulheres: Educação Superior, Trabalho e Autonomia e coordenadora da coletânea Women’s Rights. Atua como conselheira do Conselho Superior de Assuntos Jurídicos da Fiesp (Conjur) e contribui para o debate sobre desenvolvimento jurídico e econômico. Foi membro da coordenação acadêmica do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (SP – Gvlaw) entre 2016 e 2017, além de assessora na Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Governo Federal, de 2009 a 2010.  

Celso Niskier  
Graduado em Engenharia Elétrica e doutor em Inteligência Artificial, Celso Niskier é diretor-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), secretário-executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, vice-presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior do Rio de Janeiro (Semerj), assim como fundador e reitor do Centro Universitário UniCarioca. É membro da Academia Brasileira de Educação, do Conselho do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE-Rio) e do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta. Foi conselheiro estadual de Educação do Rio de Janeiro por 12 anos, onde presidiu a Câmara de Educação Superior.   

Ludhmila Abrahão Hajjar 
Graduada em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB) e doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Ludhmila Hajjar é professora titular da Disciplina de Emergências Clínicas, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Cardiologia, membro do Conselho Diretor do Instituto do Coração, diretora do Serviço de Emergência do Instituto Central do Hospital das Clínicas e diretora da Unidade Clínica de Cardio-Oncologia do Instituto do Coração na FMUSP. Hajjar coordena a Cardiologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), a Cardiologia do Hospital Vila Nova Star e as UTIs Cardiológicas e Cirúrgicas do Hospital DF Star. Além disso, é representante da América Central e da América Latina da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva (2023-2025).  

Maria Paula Dallari Bucci      
Livre docente em Direito do Estado, além de doutora e mestre em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), Maria Paula Bucci é professora do Departamento de Direito do Estado da Faculdade de Direito da USP, assim como coordenadora da Escola Superior Nacional de Advocacia Pública (Esnap) da USP e do curso de especialização em Direito Público promovido em convênio pela FD-USP e pela Associação Nacional de Procuradores dos Estados (Anape) e Distrito Federal (2021-2023) e vice-coordenadora (2024-2026). Bucci é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (Conselhão) e da Câmara Técnica de Transformação do Estado, do mesmo Conselho. Coordena a Coleção Direito e Políticas Públicas da Editora Fórum, tendo sido presidente da Comissão de Graduação da Faculdade de Direito da USP (2018-2021) e presidente da Subcomissão para o novo Projeto Pedagógico daquela Faculdade (2014-2016). Foi secretária de Educação Superior do Ministério da Educação (2008-2010), consultora jurídica do MEC (2005-2008), procuradora-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de 2003 a 2005 e procuradora da USP (1992-2018), onde exerceu as funções de superintendente jurídica (2014-2017). Ocupou os cargos de procuradora-geral (2014-2015) e assessora jurídica da Agência USP de Inovação (2011-2013). Tem experiência profissional em Direito Público, atuando principalmente nos seguintes temas: Políticas Públicas e Direito Público, Teoria do Estado, Direito Administrativo, Inovação, Direito Educacional.  

Otávio Luiz Rodrigues Junior 
Além de graduado em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Otávio Junior é doutor em Direito Civil pela Universidade de São Paulo (USP), desde 2006. Também é pós-doutor em Direito Constitucional pela Universidade de Lisboa (2011) e em Direito Privado Comparado pelo Max-Planck-Institut (2012). Ele foi membro do Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e bolsista em Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PQ-2/CNPq). Também foi conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), no período de 2019 a 2021, e representante da Câmara dos Deputados (Brasil), de 2021 a 2023. Além disso, presidiu a Comissão de Defesa dos Direitos Fundamentais (CDDF) do CNMP e foi membro do Conselho Superior de Assuntos Jurídicos (Conjur) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), bem como do Conselho Superior do Centro de Altos Estudos em Telecomunicações (CSCEATEL) da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Atuou como coordenador da comissão de juristas que elaborou o Regime Jurídico Emergencial e Transitório nas relações jurídicas de Direito Privado (RJET) e da Área de Direito da Capes, entre 2018 e 2022, além de adjunto do advogado-geral da União, consultor da União e conselheiro diretor da Anatel. 

Fonte: MEC