Universidade já recebeu suplementação de cerca de R$ 17,8 milhões do MEC para as despesas de custeio deste ano
Na manhã desta segunda-feira, dia 15, a Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apresentou à comunidade acadêmica a situação orçamentária da instituição. De acordo com a secretária de Planejamento e Orçamento, Andrea Trierweiller, a UFSC deve fechar 2024 com um déficit de R$ 17 milhões. As informações foram prestadas durante uma audiência pública realizada no Auditório Garapuvu do Centro de Eventos da UFSC em Florianópolis, e buscou atender às reivindicações dos movimentos de docentes, técnicos-administrativos (TAEs) e estudantes.
Segundo Andrea, a despesa da UFSC em custeio neste ano deve ser de R$ 187,4 milhões. Como a Lei Orçamentária Anual (LOA) havia reservado apenas R$ 150 milhões para esta área, responsável por garantir o funcionamento da universidade, com o pagamento de água, luz, auxílios estudantis e serviços terceirizados, a Reitoria estimava em fevereiro um déficit de R$ 35 milhões. Nos últimos meses, com as suplementações anunciadas pelo Ministério da Educação (MEC), R$ 17,8 milhões foram repassados à UFSC, que deve receber ainda R$ 1,8 milhão do governo.
O reitor Irineu Manoel de Souza reforçou que, apesar das suplementações, o montante ainda é insuficiente. “Os recursos não são suficientes para chegarmos até o final do ano, mas nós vamos priorizar as bolsas, Restaurante Universitário (RU), basicamente as ações que se referem à permanência estudantil e à manutenção do dia a dia da universidade.”
Manutenção e infraestrutura da universidade
Após a exposição da Administração Central da UFSC, a comunidade acadêmica pôde esclarecer dúvidas. O professor Henrique Finco, do departamento de Artes, questionou o reitor se há alguma previsão de quando serão resolvidos problemas de infraestrutura da universidade. Lotado no Centro de Comunicação e Expressão (CCE), o docente lembrou das condições preocupantes da unidade que abriga o prédio mais antigo da UFSC.
Irineu anunciou então que, na próxima semana, a Prefeitura Universitária (PU) irá passar novamente pelos Centros de Ensino, verificando as demandas já atendidas e as pendentes na instituição. No início do ano, o órgão realizou um levantamento das principais questões de manutenção da universidade. O prefeito universitário, Hélio Rodak, explicou que, nestas novas visitas, as equipes ficarão durante um dia inteiro em cada centro, realizando reuniões com os gestores, coletando pedidos e fazendo despachos. As datas ainda serão divulgadas pela PU.
PAC das Universidades
De acordo com o reitor, a UFSC encaminhou uma lista de prioridades de obras a serem atendidas pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das universidades ao MEC. Apesar de três projetos já constarem no site do governo, Irineu afirma que as obras ainda não foram decididas, pois “da forma como o MEC liberou, não íamos atender várias situações da universidade, como obras que estão paradas há 10, 12 anos”. Ele pontuou que já foram feitas quatro reuniões com a pasta e que, na próxima semana, um novo encontro deve esclarecer como vão ficar definitivamente os recursos do PAC.
Santa Catarina teve quatro projetos contemplados no Programa, sendo três na UFSC. No site da Casa Civil, constam os projetos para o RU e o Hospital Universitário (HU) da UFSC em Florianópolis e verbas para a aquisição de um prédio para atividades acadêmicas em Blumenau.
Audiência esvaziada
Em maio, estudantes, TAEs e docentes em greve já haviam realizado uma audiência pública com o reitor para tratar sobre o orçamento da UFSC. A conversa aconteceu no saguão da Reitoria e reuniu dezenas de pessoas. O encontro desta segunda-feira, também solicitado pelos movimentos, buscava tratar das mudanças no quadro após as suplementações anunciadas pelo governo. Mas, diferente da primeira, esta audiência foi esvaziada.
Giana Carla Laikovski, membro da direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFSC (Sintufsc), criticou o fato de a audiência ter sido chamada na sexta-feira, dia 12, e não ter recebido a devida divulgação pela universidade. “A gente entra nas redes sociais da universidade e não tem nenhuma informação sobre essa audiência. Estamos também com colegas dos campi perguntando sobre o link [de transmissão]. Num tema que é tão importante, a gente ter uma audiência pública esvaziada desse jeito não é falta de interesse da comunidade acadêmica; é importante a gente entender os motivos por estar assim esvaziada”.
Imprensa Apufsc